Explosão em mineradora no Pará lança fumaça tóxica e põe vida da população em risco

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Uma explosão seguida de incêndio nos galpões da mineradora multinacional Imerys, no bairro Vila do Conde em Barcarena, no estado do Pará, na noite da última segunda-feira (6), espalhou uma fumaça branca tóxica e um forte odor de enxofre pelo ar. A fumaça que tomou conta de toda a cidade provocou, segundo os moradores, dificuldade de respirar e irritações na pele.

Segundo reportagem do Brasil de Fato (BdF), nesta unidade estaria armazenado “hidrossulfito de sódio”, material que se inalado provoca irritação no aparelho respiratório, queimaduras nos lábios, na língua, no céu da boca e trato gastrointestinal com vômito, diarreia e cólicas abdominais.

Iury Paulino, da coordenação nacional do Movimento Atingidos por Barragens (MAB) e morador de Belém (PA) conta que esse é o décimo acidente incidente envolvendo a Imerys nos últimos 25 anos.

Em nota a CUT Pará expressou repudio ao ‘modelo de desenvolvimento que não respeita a vida e destrói o meio ambiente”. Diz a nota:

“A população de Vila do Conde em Barcarena (PA) não só viu a explosão do depósito da multinacional Imerys como sofreu as consequências do fato. Cerca de 50 pessoas tiveram de ser atendidas em ambulatórios médicos, após inalar fumaça e sentir desconfortos respiratórios. O odor da explosão era de enxofre.

Nos últimos cinco anos, a população de Barcarena tem vivenciado sérios e graves problemas de ataques ao meio ambiente, como o caso do navio que afundou com cinco mil bois vivos.

Tempos depois, no início de 2019, uma forte chuva mostrou os rios avermelhados e descobriu-se que a mineradora Hydro Auniorte mantinha um duto que ninguém conhecia e pelo qual jorravam minérios poluentes aos cursos d’água.

A CUT Pará repudia tal modelo de desenvolvimento que não respeita a vida, destrói os rios, as matas, o meio ambiente. E exige que as autoridades cobrem da empresa um reposicionamento de atuação em que sejam consideradas a vida humana, a transparência nas atividades e respeito efetivo ao meio ambiente”.

Yuri Paulino, do MAB, disse ao Bdf que “as comunidades vivem constantemente prejudicadas pelo avanço dessas empresas, dos projetos de construção de terminais portuários e da prática irresponsável do ponto de vista dos cuidados e da segurança que essas empresas conduzem em suas ações”

Para ele, o momento é de incertezas pois não há, por parte da mineradora, qualquer informação sobre as consequências à saúde da exposição à fumaça desses produtos químicos.

Atendimento

Desde a manhã de terça-feira (7), integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) se deslocaram para a região com o intuito de prestar apoio organizativo e solidariedade às famílias.

Ainda de acordo com a reportagem do Brasil de Fato, em nota a prefeitura da cidade enviou uma equipe do Samu e duas ambulâncias para a região. “Foram realizados cerca de 49 atendimentos, com sintomas leves a moderados, de desconforto respiratório”, informa a nota.

A Secretaria de Meio Ambiente de Barcarena informou que notificou a Imerys para que apresente a Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), o plano de contingência da empresa e o laudo da qualidade do ar.

Pelo Twitter o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), disse estar em contato com a Prefeitura de Barcarena para oferecer ajuda e “tomar as devidas providências”.

 

Fonte: CUT Nacional

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