Histórias de superação no Banco do Brasil

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Por Fábio Gian*

Nas visitas que constantemente fazemos as agências dos bancos como sindicalistas, sempre temos muitas histórias para contar: muitas são boas, nos fazem sorrir e reforçam laços importantes de amizades. Entretanto, algumas são denúncias contra os bancos e por isso nos entristecem, fazendo-nos até mesmo chorar.

Como funcionário do Banco do Brasil acabo visitando-o mais e, talvez por isso, tenho mais informações sobre o BB. Aliás, somente sabemos de muitos fatos negativos que ocorrem nos bancos quando visitamos as agências e órgãos regionais, pois ainda são poucos os bancários que nos contatam para denunciar problemas no local de trabalho, muito embora este cenário esteja mudando devido, principalmente, às ferramentas que passamos a utilizar no Sindicato como é o caso do ‘Fale Conosco’ de nosso site ou demais mídias sociais que implantamos, além da participação ativa dos delegados e delegadas sindicais.

Guardo comigo todas as histórias bonitas. Já às denúncias são tratadas como denúncias. Somente nos últimos dias, foram várias as reclamações dessa natureza, em suas mais diversas formas de exploração capitalista.

Como exemplos, recebemos algumas ligações que denunciavam atitudes de alguns administradores de uma agência do BB localizada em uma das principais avenidas de Belém. Neste local, a administração da agência, na preocupação de cumprir suas metas, estaria (des)informando aos clientes que o sistema estava inoperante – sem que ele estivesse, numa tentativa de esvaziar as filas, evitando assim não impactar no GAT, o Gerenciador de Atendimento, para não implicar negativamente no ATB e nem no sinergia. Ligamos para a administração da agência solicitando simplesmente que observasse as instruções normativas da própria empresa. Já havíamos anteriormente cobrado desta mesma unidade para que comprasse um bebedouro para um de seus PABs, que fica em uma casa legislativa de Belém, onde os bancários que lá estão lotados precisam levar água mineral de suas casas se não quiserem ficar desidratados.

O Banco do Brasil também ainda está muito preocupado com as greves, pois sabe que essas mobilizações tendem a ser intensas, especialmente no estado do Pará, como temos visto nos últimos anos os movimentos paredistas coordenados por este Sindicato que tem contado inclusive com a participação das gerências médias. A IN 420-1 (Gestão de Continuidade de Negócios) parece confirmar esta teoria. Nela, o Banco estabeleceu um plano estratégico para responder a “ (…) incidentes e interrupções” de seus negócios, incluindo greves, com direito a instrução específica, estando inclusive montando equipes; sendo que os bancários destas equipes estão assinando documentos que os obrigam a trabalhar durante greves, retirando esse direito legal do trabalhador e se sobrepondo a CLT que já definiu o que é serviço essencial durante uma greve. Quanto a isso, estamos colhendo toda a documentação possível para questionar mais essa fraude a legislação trabalhista cometida por este Banco ‘todo seu’.

E para quem acha que o Banco do Brasil ainda não se superou, mais uma: oficina de preposto trabalhista. Soubemos que houve uma turma aqui em Belém e de acordo com colegas, elas estavam cheias para ouvir os representantes do Banco falando o quê? Bem, talvez que o preposto de uma empresa, diferente das testemunhas, não precisa ser tão fiel a verdade? Prefiro não acreditar nisso. Mas, como não fui convidado a participar do curso, não posso afirmar o que foi realmente ministrado. Espero sinceramente que o objetivo de tal oficina seja o de ensinar sobre ética e honestidade nas informações fornecidas em juízo e que estejam sendo objetos de ação judicial, o que não precisaria de curso ou oficina para isso, visto que tais informações dependem do caso concreto, em uma linguagem bastante jurídica. Acredito que o ideal seria que o Banco atendesse a pauta de reivindicação dos bancários, o que certamente reduziria as demandas trabalhistas.

Ainda há diversas outras histórias, mas aí todos poderíamos ficar ainda mais enojados com todas essas mazelas. O Sindicato dos Bancários do Pará está atento a todas essas denúncias, remetendo-as ao Ministério Público do Trabalho; estudando quais ações judiciais podem ser impetradas e encaminhando à Confederação (CONTRAF) aqueles problemas que são de âmbito nacional.

Nosso Sindicato tem como uma de suas missões a de representar os bancários e, para isso, precisa ser constantemente informado sobre quaisquer problemas relacionados ao local de trabalho, a fim de melhorarmos ainda mais em 2012 e que este novo ano seja de vitórias e de menos problemas para que tenhamos mais saúde e qualidade de vida. Desejo ainda que as direções dos bancos tenham a consciência de que lidam com pessoas e não com números ou máquinas. Feliz 2012.

* Fábio Gian é funcionário do Banco do Brasil, diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários e diretor estadual da ANABB no Pará

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