Interior é alvo fácil para assaltantes de bancos

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assalto“Sapatinho”, “saidinha”, “vapor” e arrombamentos. Esses são os principais tipos de assaltos a banco aplicados por quadrilhas especializadas que vêm agindo em todo o país, inclusive no Pará. Segundo o Sindicato dos Bancários do Estado, 28 bancos foram alvo de ações criminosas em várias modalidades, sendo que 70% dos casos aconteceram no interior do Estado. Além disso, pelo menos 11 tentativas foram registradas em agências, todas no interior.

Um exemplo clássico e muito assustador aconteceu no último dia 17, no município de Baião, nordeste paraense. Doze homens armados invadiram a agência do Banco do Brasil em pleno expediente e renderam todos os que estavam dentro, funcionários e clientes foram feitos reféns do bando que, segundo a Polícia Civil especializada, já é conhecida por praticarem outros assaltos, também a bancos.

“Eles são audaciosos, estão sempre com armamento pesado como pistola, fuzis, escopeta e metralhadoras. Na maioria das vezes, agem em vários bancos, por isso são reconhecidos”, explicou o delegado Ivanildo Santos, diretor da Divisão de Repressão contra o Crime Organizado (DRCO). “A incidência no Pará nessa modalidade de “vapor”, é a menor nos últimos anos, inclusive em comparação a Estados do Nordeste, como Ceará e Bahia. A nossa preocupação maior é o arrombamento a caixas eletrônicos que virou moda em todo o país”, acrescenta.

Para Ivanildo, a maioria dos crimes contra bancos, independente da modalidade, acontece no sul e sudeste do Pará, longe dos grandes centros por causa da estrutura policial ser menor e pela facilidade de acesso a essas agências. O delegado explica ainda, que as quadrilhas geralmente são formadas por 8 a 12 pessoas, dentre elas um paraense que é responsável em dar apoio a esses bandos. “Os paraenses não agem diretamente, mas não deixa de ser integrante da quadrilha. E quando são realmente atuantes, não praticam aqui, migram para o nordeste e passam a agir em “saidinhas”, por que não são especializados. Os demais em sua maioria são oriundos do nordeste do Brasil, Maranhão e Pernambuco”, detalha.

Trabalhadores querem mais segurança – A presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Pará, Rosalina Amorim, revelou que, em comparação ao mesmo período do ano passado, os casos registrados de assaltos a banco não reduziram, “mantém a mesma média”. “Não está havendo mudanças nos bancos, tanto por parte dos empresários como do governo. Entre as nossas reivindicações, que são cobradas dos dois lados, estão a retirada dos funcionários a guarda das chaves dos cofres, o sistema de TV online interna e externa e a responsabilidade do Estado em aumentar o efetivo policial, principalmente no interior, onde está o maior índice desse crime”. Na questão da segurança, não obtivemos avanço”, lamenta.

A representante da categoria disse, ainda, que os principais tipos de roubos a banco são os arrombamentos a caixas eletrônicos, as “saidinhas” – cliente que é roubado antes ou depois de sair do banco -, o “sapatinho” – sequestro de familiares de bancários, tendo o cofre como o principal objetivo – e o “vapor”, que foi o caso de Baião, que ocorre em horário de expediente, quando os funcionários do banco estão trabalhando e, assim como os clientes, são rendidos para que possam entregar todo o dinheiro do cofre.

Em relação ao comportamento das vítimas nessas ações, o Ivanildo Santos reforça alguns cuidados que precisam ser tomados para evitar um desfecho trágico. “Nesses casos, é preciso manter a calma, obedecer as ordens dos bandidos, se deitar, porque um tiro aleatório pode ser disparado a qualquer momento e o risco de pessoas saírem feridas é bem maior. A modalidade ‘vapor’ sempre causa mais clamor na população por levar pânico às vítimas e o efeito psicológico é grande. O ideal é trabalhar na investigação, para combater antes que eles possam agir, que é o que a polícia do Pará tem feito”, ressalta.

Santos afirma, ainda, que esses crimes sempre irão ocorrer, mas disse que o trabalho da polícia tem se intensificado e, como resultado, contabilizou pelo menos 12 quadrilhas especializadas desmontadas este ano, fruto do trabalho em conjunto com outros órgãos e serviços de inteligência de várias unidades do Brasil.

Fonte: Diário do Pará

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