Intransigência dos bancos marca negociações sobre remuneração

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Vem pra luta!Os bancos mais uma vez se abstiveram de apresentar qualquer proposta ao Comando Nacional dos Bancários nesta terça-feira (27), em São Paulo, no encerramento da terceira rodada de negociações da Campanha 2013, dedicada ao tema remuneração. Mas anunciaram que apresentarão uma “proposta global” para a pauta geral de reivindicações dos bancários na próxima rodada de negociações, no dia 5 de setembro, às 14h.

“É hora de intensificarmos ainda mais a nossa pressão contra a instransigência dos banqueiros, e a próxima sexta-feira, dia 30 de agosto, está aí para isso. Vamos paralisar por 24h e mostrar o tamanho da nossa disposição em lutar por melhores salários e condições de trabalho. Um dia antes, na quinta, teremos assembleia de organização e convocamos toda a categoria paraense desde já”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

Veja os detalhes da negociação:

PLR – A reivindicação dos bancários é de PLR equivalente a três salários mais valor fixo de R$ 5.553,12 e que não pode ser compensado nos planos próprios de remuneração variável.

O Comando argumentou que a cada ano diminui a massa salarial dos bancários e, como há falta de transparência nos balanços dos bancos, a categoria quer mudar a regra de forma a torná-la mais simples e fácil de compreensão.

Os dirigentes sindicais frisaram que os bancários querem maior percentual de distribuição da PLR, mais próximo do tamanho do lucro das empresas, e elevação dos tetos que limitam os valores a serem distribuídos. E cobraram dos bancos uma discussão séria sobre os PDDs, as provisões para devedores duvidosos, cujos montantes os bancos vêm aumentando sem justificativa técnica, o que diminui a PLR. Com essas provisões, só os trabalhadores perdem.

Os representantes dos bancos descartaram a possibilidade de mudança de regra da PLR durante esta campanha nacional.

Auxílios-refeição, cesta-alimentação e creche/babá – A reivindicação dos bancários é aumentar os auxílios-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá para R$ 678,00, equivalente ao salário mínimo nacional.

Os representantes da Fenaban afirmaram que nos últimos anos reajustaram os auxílios acima da inflação e descartaram a elevação dos valores como querem os trabalhadores.

“Cobramos também a manutenção da cesta-alimentação para os afastados por doença ou acidente de trabalho até a alta do INSS e do médico do trabalho”, destaca Cordeiro. Hoje, o pagamento ocorre até 180 dias de afastamento. “É inaceitável que os bancos economizem sobre bancários que adoeceram no trabalho”, salienta.

Os negociadores da Fenaban ficaram de discutir o tema com os bancos.

Gratificação semestral – Os bancários reivindicam o pagamento de uma gratificação semestral de 1,5 salário para todos os trabalhadores nos meses de janeiro e julho. Alguns estados (RS, BA, PB e SE) e bancos em outros estados já pagam essa verba salarial há muitos anos, no valor de um salário.

A Fenaban, porém, negou a reivindicação, afirmando não haver sentido existir simultaneamente PLR e gratificação semestral, deixando claro que quer acabar com essa verba. Os dirigentes sindicais rebateram, dizendo que se trata de uma forma de valorização do trabalho dos bancários.

Auxílio educacional – O Comando reivindicou o pagamento de um auxílio educacional por todos os bancos, para empregados que estejam cursando ensino médio, graduação e pós-graduação. Várias instituições já concedem bolsas de estudo.

Os representantes da Fenaban negaram, alegando que o assunto deve ser discutido banco a banco. Os dirigentes sindicais insistiram na concessão do auxílio, pois significa qualificação da mão de obra, favorecendo bancários e bancos.

Parcelamento de adiantamento de férias – O que os bancários reivindicam é que, por ocasião das férias, a devolução do adiantamento feito pelo banco seja efetuada em até dez parcelas iguais e sucessivas, a partir do mês subsequente ao do crédito, sem acréscimo de juros ou correção de qualquer espécie. Vários bancos já efetuam parcelamentos.

Os negociadores da Fenaban vão levar a demanda aos bancos.

Previdência complementar – Os bancários reivindicam que todos os bancos instituam e patrocinem planos de previdência complementar fechados para todos os trabalhadores, com o objetivo de garantir a complementação de aposentadoria e pensão por morte e invalidez. Vários bancos já são patrocinadores de fundos para os seus funcionários.

Os representantes dos banqueiros, no entanto, disseram que esse é um tema para discussão banco a banco, como acontece com os planos de saúde, não sendo pauta da Convenção Coletiva.

Calendário de luta:

Agosto

29 – Terceira rodada de negociação específica entre Comando e BB
29 – Terceira rodada de negociação específica entre Comando e Caixa
30 – Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

Setembro

3 e 4 – Mobilização em Brasília para pressionar deputados contra PL 4330 na CCJC da Câmara
5 – Quarta rodada de negociação entre o Comando e a Fenaban

Fonte: Contraf/CUT, com edição Bancários PA

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