Itaú pode comprar fatia das operações de varejo do Citigroup no Uruguai

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O Itaú está perto de apresentar oferta para comprar as operações uruguaias de varejo do Citigroup, transação que tornaria o banco brasileiro a segunda maior instituição financeira privada no Uruguai, segundo fontes a par da situação disseram ao “El Observador”.

Os termos foram praticamente acertados na semana passada no Uruguai e aguarda-se apenas o aval dos controladores e alguma solicitação posterior à proposta formal para ajustar detalhes, acrescentaram as fontes.

A venda no Uruguai inclui a transferência de ativos e passivos, de duas agências e de 62 funcionários responsáveis pelo segmento bancário de varejo do Citigroup, de acordo com as fontes. O restante dos cerca de 250 trabalhadores continuaria na instituição.

O Citigroup vai transferir ao Itaú as agências em Carrasco e Punta Carretas. O banco americano continuaria com a sede em Ciudad Vieja e as agências no World Trade Center e em Punta del Este, assim como com a instalações em Zonamerica, que a rigor não são uma agência, já que não há caixas de atendimento ao público.

O valor da operação ainda não foi definido, mas será de vários milhões de dólares.

O Citigroup tem interesse especial em concluir a transação “o quanto antes”, seguindo a determinação dos controladores do banco americano no plano de reestruturação mundial, que busca reduzir os custos anuais em US$ 1,1 bilhão, segundo sinalizaram fontes da instituição.

Na sede local do banco, evitou-se dar mais detalhes, mas informou-se ao “El Observador” que o negócio “ainda não está acertado” e que não se trabalha com prazos concretos para concluí-lo. De todas as formas, ressaltaram que “é desejo de todas as partes” que a transação seja concretizada “o quanto antes”.

“Não se está trabalhando com prazos, são transações complexas; e não vai ser para concluí-las antes que se descuidará de detalhes importantes”, sinalizou um porta-voz da instituição.

Confirmou-se também que o Banco Central do Uruguai terá de aprovar a operação, levando em conta que não é uma simples venda de ativos. No início das negociações, trabalhava-se coma possibilidade de evitar essa avaliação para acelerar a transferência.

A parte compradora insistiu na necessidade de requerer a autorização, já que a operação envolve a transferência de ativos, passivos, agências e pessoal. De acordo com a análise jurídica, o que vai ser feito neste caso é “partir o banco em dois”, com o que o acordo precisaria passar pela avaliação do Banco Central do Uruguai.

A ideia é que a operação seja avaliada pela autoridade monetária ainda neste mês, embora a discussão dos detalhes finais possa postergar esse prazo.

Como a transação “não é demasiadamente complexa”, as duas partes acreditam que a aprovação do Banco Central não levaria mais de 60 a 90 dias. Caso esses prazos sejam cumpridos, a transferência seria concluída no início do segundo semestre.

Em dezembro de 2012, o Citigroup anunciou plano mundial para desfazer-se de algumas operações bancárias de varejo em mercados onde, por sua escala, não conseguia consolidar “retornos significativos”, segundo declarou na época o executivo-chefe do banco, Michael Corbat.

Com a operação, o Itaú conseguiria superar o BBVA e ocupar a vice-liderança no Uruguai em volume de negócios das instituições bancárias privadas, atrás apenas de outro banco espanhol, o Santander.

*El Observador faz parte da Red Iberoamericana de Prensa Económica (RIPE)

Fonte: Valor Econômico

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