Luta pela Caixa 100% pública terá que ser intensificada

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Segundo matéria publicada nesta segunda-feira (9) pelo jornal O Estado de São Paulo, a abertura de capital da Caixa Econômica Federal é uma das apostas do PMDB para se tornar uma marca do eventual governo Michel Temer. A reportagem afirma que o processo pode ser acelerado com a escolha de Gilberto Occhi, nome sugerido pelo PP, para a presidência do banco, já que trata-se de um funcionário de carreira que conhece os trâmites da instituição.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, atesta que não se pode admitir nenhum projeto ou iniciativa que represente o fim da Caixa 100% pública. “Em favor dos mais de 200 milhões de brasileiros, sobretudo dos mais carentes, não aceitaremos esse retrocesso. Trata-se de um projeto derrotado nas últimas quatro eleições e que está tentando voltar na marra. O banco é parceiro estratégico na execução de políticas públicas que têm transformado o país nos últimos anos. Esse perfil não interessa a investidores privados, que só querem lucrar”, afirma.

Clotário Cardoso, vice-presidente da Federação, observa que a estratégia usada é a mesma da década de 1990: dizer que a empresa tem problemas e defender o fatiamento. “A matéria que saiu no Correio Braziliense na semana passada mostra bem isso. Ela afirma que a Caixa é ‘terra arrasada’ e que a falta de acionistas minoritários impede a cobrança de resultados, governança e transparência. É o clássico discurso a favor da privatização”, avalia.

A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Matheus, adianta que a categoria está pronta para, mais uma vez, barrar a abertura de capital. “Quando, no final de 2014, surgiu a notícia de que havia um estudo para vender 25% das ações, os trabalhadores se mobilizaram. A proposta não avançou, graças às inúmeras atividades realizadas em todo o país. Agora é hora de intensificar a luta”, frisa.

Nos primeiros meses de 2015, Fenae, Contraf, CUT, CTB, Intersindical e CSP-Conlutas criaram o Comitê Nacional em Defesa da Caixa 100% Pública, que foi muito importante para organizar as mobilizações. Hoje, esse papel deve ser desempenhado pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, um fórum mais ampliado que conta com a participação de muitas outras entidades representativa e que tem envolvido a sociedade nos debates.

Fonte: Agência Fenae

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