Menos metas, mais saúde: “A falha não está em ti, está na organização do trabalho!”

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Na terça-feira passada, 12 de setembro, foi o Dia Nacional de Luta contra a gestão abusiva dos bancos, que, entre bancários e bancárias, com essa forte pressão por resultados tem gerado grande número de adoecimento psíquico, com alta incidência de suicídios.

Em Belém, o ato foi realizado na Plataforma de Suporte Operacional – PSO, do Banco do Brasil da Humaitá.

“A categoria bancária precisa de um olhar especial, pois os números mostram que somos nós os mais suscetíveis a ter problemas com saúde mental que o resto da população em geral”, sensibilizou Tatiana Oliveira, bancária da Caixa e presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará.

Isso porque, de acordo com a Consulta Nacional feita junto aos trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro, em julho deste ano, mais de 40% disseram fazer uso de medicamentos controlados.

“Precisamos fazer esse alerta. Os dados são alarmantes! E esse adoecimento na maioria dos casos tem a ver com a cobrança de metas abusivas dentro dos bancos”, reiterou Gilmar Santos, bancário do Banco do Brasil e diretor do Sindicato.

Essa consulta revelará ainda, que a cobrança excessiva por metas resulta em preocupação constante, cansaço, desmotivação e crises de ansiedade e pânico, afetando a saúde e bem-estar dos trabalhadores, ou seja, o ambiente de trabalho no ramo financeiro é frequentemente marcado por altas demandas, pressão por metas e longas jornadas.

“Precisamos sensibilizar a nossa categoria a procurar ajuda, e queremos dizer que a falha não está neles, mas na organização do trabalho. Nós, do movimento sindical, não somos contra o estabelecimento, somos contra as metas abusivas. Essas que são intangíveis”, explicou Heládia Carvalho, diretora de saúde do Sindicato e bancária do Bradesco.

Vários fatores podem contribuir para o adoecimento psíquico dos trabalhadores. Confira:

EXCESSO DE METAS
Pressão constante por metas inatingíveis e assédio moral podem levar ao estresse crônico e outros problemas físicos e psíquicos.

JORNADAS PROLONGADAS
Longas horas de trabalho e falta de funcionários diminuem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

COMPETIÇÃO
Ambiente competitivo pode gerar ansiedade e rivalidade prejudicial.

FALTA DE RECONHECIMENTO
Ausência de valorização pode afetar autoestima e motivação.

Para incentivar os trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro, a Contraf CUT lançou o #BoraConversar, onde a categoria pode compartilhar suas experiências relacionadas ao assédio moral, seja sofrido diretamente ou presenciado no ambiente corporativo. Através do diálogo aberto e da busca por soluções, espera-se que seja possível promover um ambiente laboral mais humano e seguro.

 

Bora Conversar?

 

Fonte: Bancários PA

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