Mortes de Covid-19 dobraram 11 vezes no Pará, aponta Fiocruz

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O Pará é o quarto estado do Brasil que mais dobrou o número de mortes por complicações da Covid-19. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os óbitos chegaram a dobrar 11 vezes no estado desde o início da pandemia.

Além do consórcio de imprensa, a Fiocruz também aponta alta de mortes considerando a média móvel. Já a Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) afirma o contrário, que houve queda. Os números servem para orientar decisões sobre investimentos e retomada de atividades e nem sempre coincidem entre órgãos de saúde.

De acordo com o consórcio de imprensa, o Pará registra alta de 30% nas mortes nesta terça. O estado está entre 9 que registram alta, além do RS, SC, GO, MS, AC, AP, TO e PB. Os dados utilizados são das secretarias de saúde estaduais.

A comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação do balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo G1 para analisar as tendências da pandemia).

Já pesquisadores da Fiocruz, considerando o período de 30 de junho a 6 de julho, quando foram registradas 29 mortes por dia; e 13 a 20 de julho, com média de 33 mortes por dia, a alta foi de 13%. Os números são avaliados semanalmente.

A Sespa compara o mesmo período e diz que reduziu 43%, entre 30 de junho a 20 de julho.

De acordo com o pesquisador da Fiocruz, Diego Xavier, a divergência pode se dar por uma correção que possa ter sido feita ou pelo fato da Sespa não utilizar a média móvel – indicador recomendado por especialistas e adotado por diversos veículos da imprensa internacional.

“Se a gente for olhar municípios que estão numa situação mais crítica agora no Pará, temos Altamira, e outros, são quinze cidades que, na última semana epidemiológica, apresentaram pior comportamento, a maior concentração de casos”, explica.

Ainda segundo Xavier, a digitação dos dados influencia. “A digitação é realizada por pessoas, e a gente sabe que em períodos de fim de semana esse volume de trabalho diminui, então você represa esses casos e em outros dias, como uma terça, uma quarta, há aumento”.

O diretor do Departamento de Vigilância em Saúde da Sespa, Denilson Feitosa, afirma que a divergência ocorre devido à utilização dos dados pela data de publicação, em vez do dia em que ocorreram.

“A forma de ser divulgado não se alterou e hoje a gente visualiza alguma divergência em relação a alguns estudos que vem sendo apontados pelo dia que é utilizado para ser feito esse cálculo. Nós aqui da Sespa utilizamos o dia do óbito para poder conferir os dados. A data de publicação é falha porque não traz um cenário atualizado, um cenário real”.

 

Fonte: G1 PA

 

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