Na primeira rodada, Comando deixa recado à Fenaban: A VIDA VALE MAIS QUE O LUCRO

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A ênfase da primeira rodada de negociação entre o Comando Nacional e a Fenaban ocorrida nessa quinta-feira, 8 de agosto, foi o questionamento, por parte dos representantes dos trabalhadores, quanto ao modelo de gestão imposto pelos bancos aos bancários. Os debates dessa primeira rodada continuam nessa sexta-feira (9), em São Paulo.

Os negociadores do Comando apresentaram-se com uma tarja preta simbolizando luto pelos trabalhadores mortos e adoecidos pelo trabalho, causando desconforto aos representantes dos banqueiros. Pena que continuaram insistindo em não assumir a responsabilidade por essa situação.

“Foi enfatizado, de forma contundente, que não é possível continuar esse processo de violência. Os bancários são submetidos a exigências desumanas, com pressões absurdas por resultados, metas abusivas, insegurança diante de assaltos crescentes e o assédio moral”, destacou Rosalina Amorim, presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará e membro do Comando Nacional.

Os bancos buscaram desviar o assunto, tergiversando do objetivo de diagnosticar o problema como pressuposto para uma efetiva prevenção.

Foi destacado que nós representamos as pessoas e os bancos representam os resultados. Enquanto continuar assim o adoecimento o sofrimento e as mortes continuarão. Os representantes foram firmes na cobrança de mudança dessa lógica.

“Os negociadores dos bancos não aceitavam discutir as metas abusivas e o assédio moral, alegando ser de prerrogativa da gestão interna dos bancos. Que não aceitariam intervenção externa (sic). Vamos combinar, isso não é postura em uma mesa de negociação”, argumenta Alberto Cunha, diretor da Fetec Centro Norte e representante do Pará na negociação.

O comando manteve-se firme nos questionamentos e, contra a vontade dos banqueiros, mantivemos o ponto de pauta em discussão para as próximas reuniões.

Nesta campanha salarial não daremos trégua enquanto não tivermos respostas para o fim das metas abusivas, o assédio moral, entre outras questões relacionadas às condições de trabalho.

Só a mobilização garante avanços. Vem pra luta, bancário e bancária!

Calendário de mobilização:

9 – Continuidade da primeira rodada de negociação entre Comando Nacional e Fenaban

9 – Primeira rodada de negociação entre Comando Nacional e Caixa Econômica Federal

13 – Entrega da minuta no Banpará

13 e 14 – Mobilização em Brasília contra PL 4330

14 – Primeira rodada de negociação entre Comando Nacional e Banco do Brasil

15 e 16 – Segunda rodada de negociação com a Fenaban sobre o tema Emprego.

19 e 20 – Primeira rodada com o Banco da Amazônia

22 – Dia Nacional de Luta, com passeatas dos bancários

22 – Dia Nacional de Luta dos empregados da Caixa

28 – Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização

30 – Paralisação nacional das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

ESSAS SÃO NOSSAS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES GERAIS:

> Reajuste salarial de 11,93%, composto de 5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%.

> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

> Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.

Leia também: Bancos negam reivindicações de saúde, condições de trabalho e segurança


Fonte: Bancários PA, Fetrafi-RS e Contraf-CUT

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