No Pará, voz das ruas no 31M chamou Greve Geral para 28 de abril

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31M-4Mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras, do campo e da cidade, realizaram mais uma grande manifestação pública e popular em Belém contrária às reformas da previdência e trabalhista de Michel Temer (PMDB). A mobilização nacional ocorrida nesse dia 31 de março unificou a CUT e as principais centrais sindicais do país, em conjunto com movimentos sociais de diversas frentes de atuação, em torno da convocação da Greve Geral para o dia 28 de abril.

31M-2Foram 3 pontos de concentração e o Sindicato dos Bancários do Pará esteve presente em todos eles. No Tribunal de Justiça do Estado, localizado na Avenida Almirante Barroso, principal corredor de entrada e saída de Belém, a categoria bancária ao lado de trabalhadores e trabalhadoras na agricultura ocuparam a pista que dá acesso ao centro da cidade para pedir celeridade e justiça nos processos que julgam as mortes de vários trabalhadores rurais que perderam a vida lutando pela reforma agrária.

“A categoria bancária não foge à luta e estamos sempre presentes em todas as mobilizações e greves pela garantia e manutenção das nossas conquistas. Queremos desde já convocar os bancários e bancárias do Pará à greve geral no dia 28 de abril, ou paramos agora, ou vamos morrer trabalhando e ano após ano amargando um retrocesso que ameaça toda a classe trabalhadora brasileira”, conclama a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

31M-3Durante a caminhada, o fechamento de duas agências do banco da Amazônia na Região Metropolitana de Belém também foi lembrado. Uma delas, a unidade Almirante Barroso, que deve encerrar suas atividades no próximo dia 17 de abril. Em protesto contra o fechamento das duas agências que trará prejuízos tanto à categoria quanto à população, a manifestação fez uma parada com abraço simbólico em frente à unidade.

31M-8“Desde que esse governo tomou o poder e matou a democracia, a categoria bancária vem tendo suas conquistas e empregos ameaçados com reestruturações e fechamento de agências. Vamos lutar até a última instância contra todas essas imposições unilaterais pela garantia não só do emprego, mas de várias vidas e famílias que correm o risco de terem todo um futuro planejado, ser destruído. Hoje estamos só fazendo um esquenta e mobilizando a população paraense para a greve geral no dia 28 de abril”, afirma o vice-presidente da Fetec-CUT/CN, diretor do Sindicato dos Bancários do Pará e empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.

31M-6No Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, magistrados e servidores do TRT paralisaram suas atividades por algumas horas e ocuparam a rua em frente à sede para protestar contra a retirada de direitos aos trabalhadores e trabalhadoras previstas tanto na PEC 287 (Reforma da Previdência) quanto no PL 6.787 (Reforma Trabalhista), assim como o posicionamento do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que defende a extinção do legislativo trabalhista no país.

31M-9“O golpe que está em curso nesse país tem o objetivo central de acabar com todos os direitos conquistados com muita luta pelos trabalhadores e trabalhadoras desse país. Mas nós estamos ampliando cada vez mais a mobilização popular para derrotar esse desgoverno de Michel Temer, restabelecer a democracia e fortalecer as nossas conquistas de classe. Por isso estamos aqui solidários aos nossos colegas que atuam na justiça do trabalho e para chamar todos e todas a construir junto conosco uma greve geral em 28 de abril para derrotar Temer e seu projeto golpista”, destacou o diretor do Sindicato, Gilmar Santos.

31M-10Em São Brás, servidores estaduais, professores da rede pública e privada, urbanitários, bancários dentre outros trabalhadores concentraram-se no Mercado de São Brás e seguiram em marcha pelas ruas da cidade, com paradas de protestos em frente à Cosanpa e à Caixa Econômica, onde o Sindicato fez sua intervenção em defesa dos bancos públicos.

31M-11“A política que Temer está colocando em prática afeta diretamente os bancos públicos e as políticas sociais no país. As medidas de reestruturação na Caixa, Banco do Brasil, Banco da Amazônia dentre outras instituições financeiras públicas, com fechamento de agências, extinção de funções e precarização das condições de trabalho devido à sobrecarga de demandas pela não reposição do quadro funcional, demonstram claramente a intenção desse desgoverno em criar condições necessárias para as privatizações no sistema financeiro nacional. Não podemos aceitar isso! Mais do que nunca é necessária a unidade da classe trabalhadora para derrotar esse projeto golpista e defender os nossos direitos e os interesses do povo brasileiro”, afirmou a diretora do Sindicato, Tatiana Oliveira.

As caminhadas de São Brás e do Tribunal de Justiça se encontraram em frente à Secretaria de Administração do Estado (SEAD), onde os manifestantes protestaram contra o governador Simão Jatene (PSDB), cassado na última quinta-feira (30) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará devido a utilização excessiva do Cheque Moradia em período eleitoral de 2014, quando Jatene disputou reeleição, o que caracterizou para o TRE abuso de poder econômico e compra de votos. O governo recorre da decisão no Tribunal Superior Eleitoral.
Fonte: Bancários PA

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