O natal dos empregados não é o mesmo do presidente do Banco da Amazônia

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Parece ironia, cinismo ou sarcasmo a mensagem de natal enviada na segunda-feira, 7 de novembro, pelo presidente Abidias Junior aos empregados e empregadas do Banco da Amazônia. Na mensagem, o presidente do Banco ressalta o clima natalino de paz, alegria e harmonia entre diretoria, empregados, colaboradores e clientes do Banco da Amazônia simbolizado através da inédita confecção de árvores de natal para ornamentar e ambientar as agências do Banco.

Mas a questão é: como pode haver clima natalino com tamanha ternura e galhardia sugerida pelo presidente do Banco da Amazônia, se há 44 dias os trabalhadores desta instituição estão em greve e paira sobre suas cabeças e corações a incerteza quanto ao futuro do seu acordo coletivo, que está para ser julgado no TST? Como isso é possível, mediante a intervenção da Previc na Capaf, onde também paira a incerteza quanto ao futuro da caixa de previdência dos empregados?

É praticamente impossível aflorar esse clima de romantismo natalino nas dependências do Banco da Amazônia, visto que a diretoria que ainda comanda a instituição vem ao longo dos anos se furtando ao debate sério com seus trabalhadores, dificultando a todo custo o processo de negociação com as entidades sindicais em mesa de negociação durante as Campanhas Nacionais ou mesmo as mesas de negociação permanente.

Como pode haver clima natalino tão harmonioso no Banco da Amazônia, se os empregados dessa casa vêem a diretoria do Banco negar a eles um salário decente, um novo PCCS, um maior reembolso no custeio de seus planos de saúde, a melhoria das condições de trabalho e de segurança, o ponto eletrônico, a contratação de mais empregados, dentre tantas outras reivindicações?

O clima natalino visualizado pelos empregados do Banco da Amazônia com certeza não é tão fraternal quanto este idealizado pelo presidente Abidias Junior. Até porque, os trabalhadores deste banco não recebem de seu presidente o mesmo tratamento privilegiado que os gestores do banco. Estes têm suas árvores de natal formosas e retumbantes, enquanto que a árvore de natal dos trabalhadores do Banco da Amazônia está se definhando, murchando por falta de incentivo e respeito para continuar florindo e dando bons frutos pra desenvolver a Amazônia e o Brasil.

Presidente Abidias, esse clima natalino que o senhor desenhou está bem difícil de engolir.

Sindicato dos Bancários do Pará

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