O plebiscito da divisão do Pará em debate

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Plebiscito sobre a divisão do Pará ocorre neste domingo, dia 11 de dezembro de 2011.No próximo dia 11/12/2011, os eleitores do Pará irão às urnas para decidir sobre a criação de dois novos Estados, Tapajós e Carajás, a partir da divisão do território do Estado do Pará.

Em reunião de diretoria deste Sindicato, decidiu-se por liberar seus diretores para se posicionarem de acordo com suas convicções, visto que nossa entidade tem filiados e diretores em todas as regiões do Estado que ora defendem uma ou outra posição.

No entanto, em que pese não nos manifestarmos enquanto entidade na defesa da criação ou não de novos estados, gostaríamos de refletir sobre o que muitos que estão envolvidos nas duas (ou quatro) campanhas (principalmente em suas coordenações): Afinal, de que forma os trabalhadores poderão modificar, para melhor, a realidade de suas vidas na Amazônia?

Independentemente de que resultado sair das urnas, precisamos ter claro que nós, os trabalhadores e as trabalhadoras, que suamos a camisa para construir as riquezas dessa região, precisamos estar sempre e cada vez mais unidos na defesa de nossos direitos, enquanto cidadãos e cidadãs que pagamos nossos impostos e, muitas vezes, não vemos nossos esforços serem retribuídos em equipamentos e serviços públicos.

Precisamos mais e mais exercer nosso papel de fiscalizadores de governos, sejam eles municipais, estaduais ou federais, cobrando sempre a transparência na gestão, o combate efetivo à corrupção, através de mecanismos eficientes e não arremedos de tribunais de contas que não resistiriam à uma simples auditoria, se fiscalizados fossem.

A começar pelos governos municipais, sempre mais próximos do cidadão, que muitas vezes se eximem de uma administração eficiente, culpando governos A ou B, mas que não prestam contas à comunidade dos recursos que recebem através dos repasses obrigatórios ou convênios e que empregam parentes e agregados sem concurso, sangrando a máquina pública da municipalidade.

A propósito, 2012 está à porta e os bancários poderão cumprir um papel fundamental em seus municípios, destacando seus melhores e mais competentes quadros para cumprir a tarefa democrática de candidatarem-se aos cargos em disputa ou engajarem-se em campanhas de pessoas de respeitabilidade e compromisso com as causas dos trabalhadores.

Quanto aos Governos Estadual e Federal, este Sindicato tem atuado no sentido de cobrar de cada um a sua responsabilidade na melhoria das condições de vida e trabalho da nossa categoria e gostaríamos de continuar contando com o seu apoio, repassando demandas e identificando os problemas de sua região onde nossa diretoria possa atuar.

Na área de segurança pública e bancária, temos sido insistentes junto ao Governo Estadual para que apresente soluções e o retorno do Grupo de Trabalho sobre segurança bancária. Também junto ao Governo Federal, estamos reivindicando a isenção do IR sobre a participação nos lucros, que recebemos dos bancos, apenas para citar dois exemplos. Outras demandas podem ser integradas à nossa pauta, com a sua ajuda.

Não podemos esquecer também da fiscalização e denúncias dos poderes legislativos, como exemplo a Assembléia Legislativa do Estado do Pará, mergulhada em um mar de corrupção, bem como as câmaras de vereadores. Precisamos eleger para esses espaços pessoas de bem, que não compactuem com mal feitos. Para isso é preciso organização e dedicação e não somente acreditar em discursos moralistas e hipócritas de véspera de eleição, mas conhecer de perto as pessoas a quem confiamos nossos votos e apoios.

Devemos estar atentos e combater aqueles que representam única e exclusivamente os interesses da oligarquia local ou do grande capital, que se aliam aos latifundiários que exploram nossa gente. A esses, que se abrigam em partidos que defendem idéias ultrapassadas e preconceituosas, contrárias aos interesses dos trabalhadores, vamos repudiá-los sempre que nos procurarem para pedir nossos apoios aos seus projetos pessoais e conservadores.

Portanto, nossa mensagem é no sentido de mostrar que o verdadeiro poder, que faz a diferença e pode mudar a nossa realidade, está em nossas mãos, trabalhadores e trabalhadoras da Amazônia, e que devemos exercê-lo cada vez mais, através de nossa organização e da nossa inserção consciente na vida política de nosso País, de nosso Estado e do nosso Município.

Não podemos deixar nenhuma esfera de poder institucional sem a nossa vigilância e a nossa participação, inclusive cobrando mecanismos de participação popular, como o orçamento e planejamento participativos, plebiscitos, referendos e outros mecanismos de democracia direta, seja de que governo for, com ou sem a criação de novos estados.

Desejamos a todos e a todas uma eleição tranqüila, consciente e que, após o seu encerramento, seu resultado seja aceito por todos e todas e que possamos nos deter efetivamente na resolução dos problemas que afetam a vida de milhões de cidadãos deste território que hoje habitamos, com o engajamento necessário para construirmos as mudanças que sonhamos.

Sindicato dos Bancários do Pará

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