Os desafios do sindicalismo na Amazônia

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Ouvir os sindicatos rurais e urbanos e movimentos sociais organizados em todo o Pará, com o objetivo de interiorizar a CUT e construir a plataforma de lutas para este e próximos períodos é a proposta vitoriosa da CUT- Pará, que já realizou 5 plenárias macrorregionais no Estado, tendo a primeira ocorrido dias 11 e 12 de junho, em Barcarena, com dirigentes das regionais da Tocantina, Ilhas e Guajarina. A segunda nos dias 18 e 19 em Santarém, reunindo regionais do Baixo Amazonas, BR 163, Xingu e Transamazônica, a terceira foi realizada em Capanema nos dias 22 e 23, com participação dos dirigentes das regiões Bragantina e Salgado. A 4ª plenária foi realizada nos dias 01 e 02 de julho, na sede do sindicato dos Bancários, em Belém, com a participação dos dirigentes da região Metropolitana. A última plenária finalizou hoje (09/07) em Marabá, contemplando os cutistas da região Sul e Sudeste.

No temário dos debates, assuntos como reforma agrária, democracia, políticas públicas, democratização da mídia, organização de base, educação, direitos, trabalho, enfim, os desafios colocados para a classe trabalhadora e em especial para que mora e faz sindicalismo na Amazônia e no Pará. Após as cinco plenárias, a CUT realizará o seu 12º Congresso Estadual, de 28 a 30 de agosto, quando todo o processo de escutatória, já sistematizado, virará deliberação e plano de lutas.

Com o objetivo de debater a organização sindical, o fortalecimento da classe trabalhadora, a ampliação de direitos, de 125 entidades entre sindicatos urbanos, rurais e movimentos sociais garantiram presença nas plenárias.

O debate foi extremamente produtivo, perpassando pelos grandes projetos e a desvalorização da Amazônia como o grande pólo reprodutor do país, somos os maiores produtores de madeira, peixe, energia, minério, biodiversidade, mas somos vistos apenas como fronteira de commodiies.

Muito se falou também sobre a precarização das políticas públicas para nossa região, que infelizmente são fragmentadas, e claro, a enorme ausência do Estado.

Martinho Souza, Presidente da CUT Pará afirmou que “o processo de construção da plataforma de lutas a partir da realidade dos sindicatos e das regiões foi muito importante para a Central, pois fortalece a ação sindical e a classe trabalhadora”. Martinho manifestou agradecimentos à participação de todos os companheiros e companheiras, a tod@s que se empenharam em construir e realizar esse processo, além das entidades parceiras que acolheram os funcionários da CUT-PA e à Escola Chico Mendes, muito contributiva na metodologia e sistematização.

Escutatória

A CUT Pará, a Fetagri Pará e a Escola Sindical Chico Mendes na Amazônia organizaram a metodologia da “escutatória” de maneira dinâmica e utilizou como pergunta – base “quais os desafios de se fazer sindicalismo na Amazônia, no Pará”. A dinâmica da escutatória percorreu os caminhos do sindicalismo através de barcos, ônibus e trens, percorrendo os eixos Democracia, Educação,Trabalho, Desenvolvimento e Organização

“Ouvir, mapear as realidades, construir com todo mundo participando, isso foi sem dúvida um dos pontos altos das plenárias e vai enriquecer e dar subsídios valiosos à Central e ao conjunto da classe trabalhadora no Pará. Destaco como importante também o sentimento de pertencimento de que todos e todas somos CUT. Uma maravilhosa inovação” – Euci Ana Gonçalves, secretária de Organização e Formação da Fetagri-PA e dirigente da CUT-PA

Última Plenária Macrorregional

A retomada da bandeira de lutas como a Reforma Agrária, a intensificação no processo de Não à Terceirização, o fortalecimento e ampliação da rede de comunicação da Central e fortaleça a luta pela democratização da mídia foram alguns dos pontos mais importantes debatidos durante a 5º Plenária em Marbá.

Além disso, também foi pautado que os sindicatos e CUT como todo retome e intensifique a participação nos conselhos de políticas públicas, sendo protagonista na reivindicação de participação desses conselhos, e também in/formação sobre negociação coletiva.

Durante o processo também foi ressaltado que é preciso disputar o ponto de vista da classe trabalhadora no modelo de desenvolvimento amazônico, pois o atual modelo serve apenas aos interesses do grande capital, exclui, segrega e nada deixa aos trabalhadores e à própria região.

Para Vera Paoloni, Secretária de Comunicação da Central e Coordenadora adjunta do Congresso Nacional da CUT/CONCUT: “as 5 plenárias que a CUT- PA percorreu em todo o Pará, indo aonde o povo está, escutando muito, foi um processo de interiorização democrática e participativa, colhendo propostas que vão indicar os rumos próximos das lutas pra garantir direitos, democracia e mais integração da classe trabalhadora. Terminamos as 5 plenárias com vários barcos e trens cheios de bagagens/ proposições vitais para estratégias e planos de luta. Um processo rico, vitorioso e com muita energia. A cara da CUT- PA”.

Agradecimento

A CUT-Pará agradece as regionais, os sindicatos que cederam seus espaços para a realização de cada plenária, os funcionários da Central, cada um e cada uma que se envolveu de forma animadora, acolhedora., demonstrando assim o verdadeiro espírito da solidariedade cutista.

SOMOS FORTES! SOMOS CUT!

Fonte: CUT PA

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