Parabéns coletivo em forma de ato político marcam os 83 anos do Banco da Amazônia

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Os parabéns de 83 anos foram de forma coletiva, em frente a matriz do aniversariante do dia, o Banco da Amazônia (Basa). Bancários, bancárias, dirigentes sindicais, clientes e usuários participaram da festa em forma de ato político, porque nessas mais de 8 décadas, nem tudo é motivo de comemoração.

“Esse banco que é tão importante, que faz tanta diferença, para diversos negócios, para população, para o microcrédito; de uma maneira geral. Como entidade representativa dos trabalhadores e trabalhadoras, da categoria aqui no estado do Pará, e também do Banco da Amazônia; a gente comemora sim, comemora porque o Banco da Amazônia, ao longo de toda a sua história, sofreu diversos ataques. Nós tivemos, muito recentemente, no governo Bolsonaro, a MP 1052 e outras iniciativas que buscaram enfraquecer o banco. Mas também temos uma série de processos contra os trabalhadores, que muitas vezes é iniciativa da própria direção do banco, como é o que a gente enxerga hoje em relação à demissão do Quadro de Apoio, uma luta que a gente já está há quatro anos batalhando; e conseguimos, ainda bem, uma vitória judicial para impedir esses desligamentos. Mas o ataque mais recente é a saúde dos empregados do banco. Esses mesmos empregados que têm se dedicado todo dia, para fazer o resultado do banco, melhorar, para o lucro do banco aumentar, para bater as metas, que não são discutidas com os trabalhadores, que são impostas de cima pra baixo, mas que todo mundo se dedica para bater. Essa mesma direção é a que tem feito um ataque à saúde dos trabalhadores; que a gente tem conseguido barrar também com muita luta e com uma ação judicial que impediu o banco de romper o contrato com a Casf Corretora, que é quem financia o plano de saúde, a Casf Saúde”, destaca a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

A Medida Provisória 1052/2021, pretendia reduzir a taxa de administração do Basa que já foi de 3% para apenas 1% podendo chegar a 0,5% em 2026, o que poderia provocar a suspensão de contratos de investimentos, diante da necessidade de reavaliar a política de crédito em face do risco e comprometimento do capital.

Na linha de frente e também nos bastidores, centenas de bancários e bancárias constroem essa história diariamente, mas o retorno da instituição financeira está muito aquém do esperado, desejado e reivindicado pelas entidades sindicais seja nas mesas de negociação ou em atos públicos.

Infelizmente, em muitos temas, o banco vem ignorando a forma que mais as entidades prezam em busca de acordo, o diálogo; e para impedir tantos retrocessos, seja em forma de demissão ou não renovação de contrato com a Casf Corretora; o Sindicato dos Bancários, Contraf-CUT e Fetec-CUT/CN tiveram que ir além. Foram a Brasília, recorreram à Justiça, e graças a toda essa mobilização e organização conseguiram após meses de espera, duas vitórias em junho: a suspensão do rompimento do contrato entre Basa e CASF Corretora, e a não demissão dos integrantes do Quadro de Apoio.

“Eu sou remanescente do Quadro de Apoio, trabalhador da área de TI por muitos anos, ainda estou na resistência. O Sindicato dos Bancários saiu vencedor de uma liminar aonde o Banco da Amazônia não pode demitir seus empregados remanescentes do Quadro de Apoio. Isso é uma grande vitória, que me deixa muito feliz, assim como todos os meus colegas. E isso também faz com que sirva de exemplo para outros colegas do banco, porque está vindo um PDI (Plano de Demissão Incentivada) aí dizendo que é o seguinte: que o empregado com 50 anos de idade e com 25 anos de trabalho; ele está sendo convidado pra sair do Banco da Amazônia. Quando você lê um edital de concurso, em lugar nenhum diz, que você tem um tempo de trabalho e está apto a sair da sua empresa. Parabéns ao Banco da Amazônia, e que ele seja sempre grande, fique cada vez maior, e que essa diretoria seja passageira”, deseja Rubens Tabajara, que também é dirigente sindical.

Ele e outros diretoras e diretoras usavam verde, cor que representa predominantemente o Basa, homenageado do dia.  “A gente que está aqui no dia a dia, nos 83 anos do Banco da Amazônia, a gente vir para porta do banco e estar comemorando o aniversário do banco e as vitórias que nós tivemos; mas infelizmente essas vitórias só terem acontecido por conta da Justiça é muito ruim. A gente queria que o banco tivesse renovado de boa vontade o contrato com a Casf Corretora; e a gente espera esse posicionamento. A gente espera um Plano de Cargos e Salários há 30 anos. Nós comemoramos aqui do lado de fora, esperando que as mudanças do lado de dentro, não sejam apenas mudanças de prédio com poeira na casa dos empregados; esperando que não sejam apenas mudanças para o público de fora, pra quem vem ver a COP 30, porque depois da COP, o banco fica, os empregados ficam”, ressalta o coordenador da COE Basa, Cristiano Moreno, que também é diretor jurídico do Sindicato.

 

 

Fonte: Bancários PA

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