Quarta-feira de luta contra demissões, assédio e fechamento de agências do Itaú, Bradesco e Santander em todo o país

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Enquanto do lado de dentro dos bancos privados no Pará, bancários e bancárias do Bradesco, Santander e Itaú se preparavam para mais um dia de trabalho com metas para bater em cima de cobranças. Do lado de fora, dirigentes do Sindicato, alguns colegas de trabalho de empregados das respectivas instituições, denunciavam publicamente uma jornada de trabalho doentia que poucos sabem.

“Tem colegas adoecendo, outros adoecidos e alguns afastados para tratamento vítimas do assédio moral e sexual, além de péssimas condições de trabalho com jornadas exaustivas, que os banqueiros parecem ignorar tal realidade bem como o que tem sido debatido nas mesas de negociação a respeito”, destaca o diretor do Sindicato e bancário do Santander, Márcio Saldanha.

O Comando Nacional dos Bancários, assessorado pelo Coletivo Nacional de Saúde, reuniu no último dia 14 com a Fenaban, em São Paulo, para retomar as negociações sobre o tema visando alterar a cláusula 61 da Convenção Nacional, que trata de assédio moral e discriminação nas relações de trabalho. Entre os pontos discussão está a alteração do nome da cláusula para “Mecanismos de enfrentamento ao assédio e discriminação nas relações de trabalho”.

As entidades sindicais querem alterar a lógica de obrigatoriedade, para que ela não seja facultativa a cada banco. A reivindicação é que seja uma cláusula da Convenção Coletiva e que todos os bancos sejam obrigados a cumpri-la.

“Ou mudamos isso ou infelizmente mais colegas irão adoecer, porque a lógica dos bancos é tão somente o lucro. E para chamar a atenção ainda mais da sociedade, a tradicional faixa que usamos em atos deu lugar a um banner que faz referência a uma caixa de medicamento genérico ao bancário que precisa fazer de um tudo para bater as metas e aos poucos vai adoecendo”, afirma o dirigente sindical, Sandro Mattos, que também é bancário do Itaú.

As manifestações desta quarta-feira (20) são uma iniciativa conjunta das Comissões de Empresa dos bancários e bancárias do Itaú, Bradesco e Santander que atuam na base da Fetec-CUT/CN.

Várias contas que não fecham

O Itaú Unibanco obteve lucro líquido de R$ 35,6 bilhões em 2023, aumento de 15,7%, mas continua demitindo, fechando agências e impondo sobrecarga de trabalho e adoecimento aos funcionários.

A COE Itaú reuniu-se com a direção do banco no ano passado para cobrar o fim do fechamento de agências e as demissões. Enquanto isso, o Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do voltou a cobrar, em reunião realizada na sexta-feira (15), o prosseguimento das negociações sobre prevenção de conflitos e assédio moral no local de trabalho, além do acompanhamento das metas por parte do banco.

Já a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com a direção do banco no dia 1º de março para cobrar explicações sobre a reestruturação, anunciada no dia 7 de fevereiro pelo novo presidente da empresa, Marcelo Noronha, em entrevista coletiva, sem qualquer negociação prévia com o movimento sindical.

O Bradesco obteve lucro líquido de R$ 16,3 bilhões em 2023 e encerrou o ano com 86.222 funcionários, com fechamento de 2.159 postos de trabalho em doze meses. No período, foram fechadas 169 agências, 173 postos de atendimento e 77 unidades de negócios.

No mês passado foi a vez das entidades se reunirem, duas vezes, com a direção do Santander, para reafirmar que a reestruturação do banco anunciada em 22 de janeiro também não foi negociada, e sim imposta pela empresa, o que tem deixado todas as funcionárias e funcionários assustados e preocupados.

Os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras também cobraram o retorno para as agências dos funcionários que estão sendo obrigados a trabalhar na rua depois da reestruturação.

O Santander obteve lucro líquido recorrente, que exclui efeitos extraordinários no resultado, de R$ 9,383 bilhões em 2023. É uma queda em relação ao ano anterior, mas representou 17,3% do lucro global do banco espanhol, que foi de € 11,076 bilhões, uma alta de 15,3% em doze meses. Santander encerrou 2023 com 55.611 empregados, com abertura de 3.008 postos de trabalho em doze meses, apesar da redução de 128 postos no último trimestre do ano.

 

Fonte: Bancários PA com Fetec-CUT/CN

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