Saúde do trabalhador é tema de seminário para delegados sindicais do Pará

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Conhecimento acumulado durante o evento foi de grande importância para dirigentes e delegados sindicais“No Banco do Brasil, 70% dos bancários afastados por doença tem menos de 5 anos de banco. Desses, mais de 60% tem entre 18 e 30 anos”. Os dados fazem parte do artigo Estratégias de enfrentamento do sofrimento no trabalho bancário da coordenadora do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho, da Universidade de Brasília, Ana Magnólia Mendes.

A pesquisa acima foi realizada em três agências de bancos públicos localizados no Distrito Federal. Participaram da pesquisa 20 bancários, distribuídos em três cargos: Auxiliar administrativo, Caixa e Analista de Processos. Os resultados apontam para 04 categorias: descontentamento com o trabalho, estratégias para enfrentar o estresse, insatisfação com a empresa e relacionamentos profissionais, todas relacionadas com o sofrimento. Para enfrentar tal sofrimento são utilizadas defesas de negação e controle por meio de mecanismos de racionalização.

Professora Ana Magnólia durante sua palestraPara combater essa realidade no ambiente de trabalho, mais de 20 delegados e delegadas sindicais do Pará participaram no último sábado (10) em Belém do seminário SAÚDE DO TRABALHADOR: FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO, ministrado pela psicóloga Ana Magnólia.

“Este evento foi promovido pelo Sindicato e pela Fetec-CN em parceria com o Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da Universidade de Brasília para que os delegados e delegadas sindicais saibam como, a partir de hoje, identificar quando um colega de trabalho está adoecendo e como prevenir a doença”, ressalta a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

“Acumular conhecimento em relação aos fatores de riscos e maneiras de prevenção de adoecimentos no trabalho é fundamental para que os dirigentes e os delegados sindicais atuem diariamente em defesa de direitos que garantam a saúde dos bancários em seus locais de trabalho”, afirma a diretora de saúde do Sindicato, Érica Fabíola.

Seminário foi resultado da parceira entre Sindicato, Fetec-CUT/CN e UnB“O Sindicato reafirma seu compromisso com a luta em defesa da saúde dos bancários e bancárias com mais essa atividade de formação sobre saúde do trabalhador, pois nossa missão é lutar por emprego decente, com condições de trabalho decentes”, destaca a diretora do Sindicato, Heládia Carvalho.

Fator de risco

“O trabalhador bancário sempre foi visto como uma máquina pelo banco. A pressão sobre ele é tão grande; mas ainda maior é a necessidade de trabalhar para sobreviver, que faz com que ele se transforme nessa máquina para cumprir as metas que lhes são impostas e se destacar entre os demais colegas”, garante a psicóloga.

A partir daí não é a meta que passa a ser vista como desumana, mas o bancário como incompetente que não conseguiu cumprir a meta; o que gera revolta, depois a depressão e outras doenças.

“O fator de risco presente no ambiente de trabalho bancário e que gera várias doenças nesses profissionais é a própria organização no trabalho, dividido entre prescrito e real. As vacinas (curas) para esses fatores de risco estão na estratégia defensiva e na inteligência prática, considerada a mais eficaz”, explica Ana Magnólia.

Vacinas eficazes

A inteligência prática é a vacina mais eficaz, e ela pode ser desenvolvida através da mobilização coletiva e do reconhecimento. “A coletividade no ambiente de trabalho é a melhor forma de combater as doenças também relacionadas ao trabalho que possam surgir. Qualquer trabalhador se sente melhor quando pode contar com a ajuda sincera de alguém, e mais ainda quando tem o seu trabalho reconhecido. Quando o reconhecimento acontece, surge também a motivação”, destaca a palestrante.

Fonte: Bancários PA

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