Pelos próximos dois anos, a diretoria de formação do Sindicato que também é secretária de mulher da CUT-PA, Heidiany Moreno, irá ajudar na proposição de programas e atividades de prevenção contra todas as formas de violência contra a mulher. É que na quarta-feira (6), ela e a presidenta da Central, Euci Ana, juntamente com outras mulheres, tomaram posse como conselheiras estaduais dos direitos da mulher. “É uma honra fazer parte tanto em nível estadual quanto municipal de um coletivo que vai buscar políticas eficazes de prevenção à violência de gênero. Dentro do Conselho irei atuar na Comissão de Saúde, uma pauta que veio pra minha vida depois de uma experiência com dor que transformei em luta e que também foi tema da minha dissertação “PARIR E NASCER EM MARABÁ: Da violência obstétrica à efetivação de políticas públicas de humanização do parto, a partir do relato das mulheres-mães na única maternidade pública do Sul e sudeste do estado do Pará”, destaca.
A dissertação foi apresentada, ano passado, ao curso Maestría Estado, Gobierno y Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e Fundação Perseu Abramo, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Magíster em Estado, Gobierno y Políticas Públicas.
“Eu escolhi esse tema, porque eu sofri violência obstétrica no meu segundo parto e na dissertação eu explico que eu conheci o termo, seu significado e consequências no Sindicato, em 2015, numa palestra que teve. Em 2016 eu tive o Hugo num parto humanizado em Belém, porém todo particular, aí quando fui ter a segunda filha, em 2020, aqui em Marabá, onde optei em ter, cheguei no hospital com 8 cm e sofri violência; e acabei me deparando com histórias muito, muito fortes de violência. Eu fiz um questionário com 20 mulheres, mas escolhi 3 relatos para utilizar na dissertação que foi de uma mãe que teve uma bebê com paralisa cerebral, uma mãe que perdeu um bebê de 9 meses; e outra que só conseguiu salvar o bebê, porque fez uma cesariana obrigada pela justiça, porque o hospital não queria fazer”, explica a dirigente sindical.
O Conselho
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), por meio do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM), realizou nesta quarta-feira (6), um encontro com as conselheiras estaduais para debater “O Papel do Conselho dos Direitos da Mulher no Pará: planejamento, gestão e controle social de Políticas Públicas na perspectiva de gênero”. O encontro, que ocorreu no auditório da Polícia Civil, reuniu mulheres de todas as regiões do Estado.
O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM) é um órgão superior de proposição, deliberação, orientação e normatização da Política Estadual dos Direitos da Mulher, vinculado à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, com a finalidade de formular princípios e diretrizes e articular políticas, sob a ótica de gênero, raça, etnia, geração, classe e orientação sexual, objetivando a igualdade de oportunidades e de direitos entre homens e mulheres, de forma a assegurar à população feminina o pleno exercício de sua cidadania em todas as esferas públicas e privadas do Estado do Pará.
Para a representante da Coordenadoria de Integração de Políticas para as Mulheres, da Sejudh, Márcia Jorge, os conselhos demonstram se as políticas públicas voltadas àquele grupo estão sendo eficazes ou não. “É por isso que ouvir as mulheres que compõem o conselho é importante. Porque são elas, lá na ponta, que nos mostram se o que nós estamos propondo aqui, está em pleno funcionamento ou não”, disse.
Fonte: Bancários PA com SEJUDH
