Sindicato realiza mobilização para divulgar ação dos 15 minutos no Banco da Amazônia

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Panfletagem do Sindicato divulga a ação contra os 15 minutos a mais de jornada no Banco da AmazôniaNo início da manhã desta sexta-feira, 18 de janeiro, os dirigentes do Sindicato dos Bancários do Pará estiveram na porta da matriz do Banco da Amazônia, em Belém, para divulgar a ação judicial que a entidade está movendo contra o banco no sentido de impedir a cobrança indevida de 15 minutos além da jornada de 6 horas dos empregados e empregadas da instituição. Na ocasião, o Sindicato pode conversar e esclarecer muitos bancários sobre a ação judicial, e também recebeu o apoio da categoria nessa luta em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Desde o dia 27 de dezembro, todos os empregados e empregadas do Banco da Amazônia estão registrando sua jornada no sistema alternativo de ponto eletrônico. Contudo, o sistema começou a funcionar sem assinatura de um Acordo Coletivo de Trabalho com as entidades sindicais, o que contaria a Portaria 373/2011 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que diz “os empregadores poderão adotar sistemas alternativos de controle da jornada de trabalho, desde que autorizados por Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho”.

Panfletagem do Sindicato divulga a ação contra os 15 minutos a mais de jornada no Banco da Amazônia“A marcação correta do ponto é uma reivindicação histórica do funcionalismo do Banco da Amazônia e quando estamos perto de conquistá-la o banco ignora as ponderações das entidades que estão buscando um sistema alternativo de controle da jornada que respeite os direitos dos trabalhadores”, critica a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

“Exigimos o cumprimento legal da jornada de trabalho no Banco da Amazônia e que em casos onde haja a necessidade de hora extra, que elas sejam registradas e devidamente pagas, mas para que isso aconteça é preciso que haja um sistema de ponto que obedeça às portarias do MTE. O Banco da Amazônia, assim como o Banpará, são os únicos bancos que ainda não possuem o controle legal da jornada de trabalho”, ressalta o diretor do Sindicato e funcionário do banco, Rômulo Weyl.

Panfletagem do Sindicato divulga a ação contra os 15 minutos a mais de jornada no Banco da AmazôniaOutra irregularidade apontada pelo Sindicato, quanto ao sistema, é em relação à marcação de ponto que estaria sendo registrada de forma incorreta. Segundo o próprio banco informou às entidades sindicais, o sistema travaria automaticamente assim que a jornada de trabalho encerrasse, e caso o bancário precisasse fazer hora extra, o gestor teria que dar a autorização. Mas na prática isso não ocorre, o sistema continua liberado e o bancário fazendo jornadas extraordinárias sem o devido pagamento.

Mais uma vez, o Banco da Amazônia infringe a mesma portaria 373, que no artigo 3º destaca: “os sistemas alternativos eletrônicos não devem admitir restrições à marcação do ponto; marcação automática do ponto; exigência de autorização prévia para marcação de sobrejornada; e alteração ou eliminação dos dados registrados pelo empregado”.

Panfletagem do Sindicato divulga a ação contra os 15 minutos a mais de jornada no Banco da Amazônia“Foram por esses motivos que não assinamos nenhum acordo. Apesar da implantação do sistema de ponto eletrônico em cumprimento a uma sentença normativa, pelo Banco da Amazônia, o mecanismo não funciona. Para solucionar esses impasses, o Sindicato e a Contraf-CUT estão tentando diálogo com o Ministério do Trabalho e Emprego. O Sindicato também vai encaminhar ofício para a Secretaria Regional do Trabalho relatando as irregularidades”, explica o vice presidente do Sindicato e funcionário do banco, Sérgio Trindade.

Entenda porque o Sindicato ajuizou a ação dos 15 minutos contra o Banco da Amazônia

Panfletagem do Sindicato divulga a ação contra os 15 minutos a mais de jornada no Banco da AmazôniaCom o novo sistema, os empregados e empregadas do banco estão sendo obrigados a registrar os 15 minutos de intervalo além das 6h de jornada de trabalho, porém o descanso não é contabilizado como hora extra.

Panfletagem do Sindicato divulga a ação contra os 15 minutos a mais de jornada no Banco da AmazôniaPara o Sindicato, a forma como esse intervalo está sendo cumprido representa um desrespeito total a um direito adquirido pela categoria ao longo dos 70 anos de trabalho e dedicação no Banco da Amazônia.

Com esse entendimento, bem diferente de outras entidades que dizem defender a categoria e concordam com a postura do Banco da Amazônia, o Sindicato ingressou com uma ação coletiva contra o banco pedindo que os 15 minutos de intervalo sejam tirados dentro da jornada de trabalho.

Panfletagem do Sindicato divulga a ação contra os 15 minutos a mais de jornada no Banco da Amazônia“Vamos lutar na justiça até a última instância para que esse direito dos trabalhadores do Banco da Amazônia sejam garantidos. O intervalo de 15 minutos é uma importante conquista, e assim como ocorre na grande maioria das demais instituições financeiras, tem que ser no Banco da Amazônia, dentro da jornada de trabalho”, diz Rosalina Amorim.

Sobre o assunto, o artigo 468 da CLT afirma: “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia”.

Fonte: Bancários PA

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