Sindicato retarda abertura de agência do Santander em Belém contra demissões em massa

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Sindicato retardou abertura da agência Nazaré em protesto contra as demissões no SantanderNo lugar de melhores condições de trabalho, respeito e dignidade, presente de Natal que todos os bancários e bancárias gostariam de ganhar, o Santander ‘presenteou’ 1.280 funcionários com demissões em todo o Brasil no início desse mês, sendo 95% dos casos sem justa causa, segundo o Dieese.

Para reverter esse quadro, sindicatos de todo o país, entre eles o Sindicato dos Bancários do Pará, realizaram nesta terça-feira (18), um Dia Nacional de Luta contra as demissões em massa no Santander.

Em Belém, a manifestação foi na agência Nazaré com retardamento da abertura da unidade em 1h e a solidariedade de bancários e bancárias de outros bancos públicos e privados.

“É inadmissível a postura do Santander de demissões em massa no Brasil, muitos desses colegas de trabalho estavam às vésperas de suas aposentadorias, e esse o presente de natal que o banco dá ao país que lhe rende grande parte de seus lucros? Não aceitamos isso e vamos lutar até o fim em defesa do emprego de milhares de bancários e bancárias do Santander em todo país”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

“O clima entre o funcionalismo é de apreensão e instabilidade. Todos têm receio de ser o próximo demitido, afinal construímos nossos planos, a nossa vida em cima do nosso trabalho, e da noite pro dia vemos tudo isso sendo destruído. O Santander quer compensar sua crise na Europa aqui no Brasil, sendo que fomos responsáveis por cerca de 26% de toda a lucratividade mundial”, ressalta o diretor do Sindicato e funcionário do Santander, Márcio Saldanha.

A lista com o número atualizado de demitidos foi enviada na última sexta-feira (14) pelos advogados do banco para a Contraf-CUT, após determinação feita pela procuradora regional do Trabalho da 10ª Região do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ana Cristina Tostes Ribeiro, durante audiência de mediação realizada na última quarta-feira (12), em Brasília.

Segundo levantamento feito pelas entidades, entre os desligados há funcionários com mais de 10, 20 e 30 anos de casa, muitos próximos da aposentadoria, o que caracteriza uma prática discriminatória com os mais antigos de banco. Além disso, vários desligados são gerentes e, portanto, com maiores salários, mostrando que, com as demissões, o objetivo do Santander é continuar com a rotatividade para reduzir ainda mais os custos e aumentar os lucros para remessa à Espanha.

“Não podemos pagar pela crise na Europa. O Brasil e os trabalhadores enfrentaram a crise de cabeça erguida, sem desistir e trouxe importantes lucros para o Santander, que em ‘consideração’ demite em massa seu funcionalismo, precarizando ainda mais o trabalho bancário que repercute no atendimento aos clientes e usuários”, afirma o diretor da Fetec-CN, Manoel Gomes.

Próximos passos – A Contraf-CUT enviou ontem (17) documento ao MPT sobre a lista de desligados e acerca das informações prestadas mensalmente pelo banco ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) referentes aos anos de 2011 e 2012, conforme determinação da procuradora.
A Confederação também espera resposta do Santander para a proposta feita pelo secretário de Relações de Trabalho MTE, Manoel Messias, durante audiência com a Contraf-CUT na última quinta-feira (13), em Brasília. Ele propôs a suspensão das demissões efetuadas em dezembro, conforme liminar concedida no TRT-SP, e a abertura de um processo de diálogo e negociação coletiva, resguardando as medidas já tomadas pelas entidades sindicais. O Ministério ficou de convocar nova audiência entre as partes, logo após a resposta do Santander.

Nova audiência no TRT-SP – Também nesta terça-feira, às 13h45, acontece a terceira audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região de São Paulo. A liminar foi deferida pela desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, durante a primeira audiência de conciliação, no último dia 6. Caso a direção do Santander desobedeça, terá de pagar multa diária de R$ 100 mil.

Para a magistrada, o banco espanhol deveria respeitar os trabalhadores brasileiros assim como respeita os da Espanha, país de origem da empresa. Segundo ela, os trabalhadores daqui não podem ser tratados como se fossem de segunda categoria.

Fonte: Bancários PA, com Contraf-CUT

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