Solidariedade: Clientes e usuários lamentam fechamento de agência do BB em Marabá

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O Banco do Brasil (BB) foi o primeiro banco público do país, e nos últimos 3 anos vem deixando de ser uma instituição voltada às políticas econômicas e sociais, e buscando se “adequar à rede de agências ao aumento do comportamento digital de seus clientes e à necessidade de ampliar o atendimento especializado”, como disse em documento ao anunciar mais uma reestruturação no dia 11 deste mês.

Das centenas de agências que encerrarão as atividades ainda neste primeiro semestre, 13 estão no Pará, uma delas em Marabá, sudeste paraense. A agência Tocantins conta atualmente com 10 funcionários e funcionárias que hoje (29) vestiram a mesma camisa, da mesma cor, preta; que representa o luto diante das 5 mil demissões, fechamento de agências e fim da função de caixa. No peito, todos e todas estampavam o real significado da reestruturação: “sinônimo de desemprego”.

“Além do medo de contrair o vírus e principalmente ter complicações com a covid-19, o ano começa sem vacinas para todos e todas e agora com a notícia de mais uma reestruturação no Banco do Brasil que desestabiliza financeiramente e piora ainda mais o psicológico daqueles que seguem desde o início da pandemia, na linha de frente, para atender a população, em especial, aqueles que mais necessitam, uma vez que não possuem tecnologia para acessarem os serviços bancários pela internet. São famílias de nossos colegas que terão que refazer planos para se adequarem a uma mudança que mais uma vez só beneficia os banqueiros e acionistas”, ressalta o diretor do Sindicato nas regiões Sul e Sudeste do Pará e também bancário do BB, Wellington Araújo.

Mas a sexta-feira de paralisação nacional do funcionalismo do Banco do Brasil foi marcada também pela solidariedade de clientes e usuários aos bancários e bancárias da agência Tocantins em Marabá.

Representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Associação de Defesa a Vida e ao Meio Ambiente (Adevima) levaram alimentos orgânicos, de pequenos produtores locais que foram atendidos ao longo desses anos, na respectiva unidade, em forma de agradecimento a todos os serviços prestados pelo funcionalismo do banco ao longo dos anos.

“Queremos prestar toda nossa solidariedade de movimento e de instituição para com todos e todas. Um agradecimento especial ao gerente Alexandre, por ser sempre um trabalhador, um funcionário exemplar e acolhedor. Que sempre de forma especial, não somente a nós, mas a todos os que procuram pelos seus serviços, sempre foram e são bem atendidos de uma forma especial e igualitária. Queremos agradecer por todo apoio que nos foi prestado durante este tempo, sobretudo de pandemia. Alexandre, mesmo fora dos horários de atendimento, sempre foi muito prestativo e acolhedor. Mais uma vez nossa solidariedade a todos os trabalhadores e trabalhadores desta agência”, diz a carta de apoio escrita pela Adevima e lida pela presidente da Associação, Gildenê de Freitas Lima, para todos os bancários e bancárias da unidade.

#Meu BBvalemais

A dirigente do Sindicato na região, Heidiany Moreno, destacou que as mobilizações das entidades sindicais começaram tão logo saiu a notícia da reestruturação. “Há pouco mais de uma semana estamos com ações na frente das agências do Banco do Brasil, intensificando as visitas junto àqueles que estão trabalhando presencialmente, mas sempre mantendo o distanciamento e todos os cuidados por conta da pandemia, para informá-los das medidas que estamos tomando para tentar barrar a reestruturação, e via redes sociais, àqueles que estão em teletrabalho. Já mandamos ofício ao banco, aos parlamentares, mas não tivemos nenhuma resposta. A paralisação no dia de hoje, é mais uma estratégia de luta como forma de chamar a atenção de toda a sociedade e principalmente de pressionar o banco a dialogar com as entidades que souberam junto com o funcionalismo do pacote de medidas. Estamos à disposição de todos os colegas que forem remanejados daqui, e que já estão sendo acompanhados por nós, no sentido de tentar reduzir ao máximo os impactos causados por toda essa mudança. Além disso, fica aqui o nosso abraço e todo o respeito que a gente tem por cada colega da agência Tocantins, além do nosso agradecimento em especial ao gerente Alexandre por sempre acolher o Sindicato em todas as vezes que eu estive aqui”.

Além de Marabá, bancários e bancárias das agências em Santarém, Barcarena, Tucuruí paralisaram as atividades nesta sexta-feira (29), Dia Nacional de Luta contra a reestruturação no BB. As duas unidades constam na lista das que terão as atividades encerradas no estado.

“Na atual situação de pandemia que estamos passando, onde conseguimos sobreviver nesse quase um ano de crise sanitária, sempre na esperança de logo retornarmos à vida normal, e a economia voltar a crescer, o banco solta um pacote desses, que podemos até chamar de pacote de maldades, fechando uma agência aqui em Santarém, quando pensávamos que em breve poderíamos ter mais uma unidade do banco na cidade. É muita covardia dessa diretoria do BB, isso tudo orquestrado pelo ministro Paulo Guedes, que só pensa em vender “essa merda”, como ele mesmo se referiu ao Banco do Brasil, na tão famosa reunião ministerial. Foi uma rasteira que deram em nós. Mas o quê esperar de um governo despreparado como esse? Infelizmente, acho que essa reestruturação é só a continuação de um desmonte maior que vem por aí . Mas precisamos e devemos  continuar firmes e fortes na luta pela sobrevivência da nossa categoria”, dispara o delegado sindical e bancário da agência Orla (que será fechada), Wanderberg Couto.

Tucuruí

Santarém

Barcarena

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Fonte: Bancários PA

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