Terror na Controladoria do BB. Diretoria rasgou acordo assinado pela empresa!

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No Banco do Brasil, os executivos que deixam a empresa recebem uma ‘módica’ indenização chamada de Programa de Desligamento de Executivos (PDE). Os valores, muitas vezes, ultrapassam os milhões.

Ao saírem do banco, alguns executivos deixam para trás denúncias de práticas de fraudes, casos de assédio moral e sexual, entre outras ilegalidades. Possíveis passivos que, no futuro, podem estourar no colo dos funcionários que ficam. Os executivos vão e recebem indenizações. Quando se apura um passivo gerado pelas piores práticas empresariais relacionadas aos seus atos, não respondem em nenhuma instância. Quem paga a conta? O acionista majoritário, que é o povo brasileiro, é claro.

Denúncias dão conta de que na Diretoria de Controladoria (Dirco), 17º andar do Edifício Sede III, um trabalhador teria sido descomissionado há alguns meses atrás. O detalhe é que ele não possuía nenhuma avaliação negativa. E sua atuação profissional também era elogiada por seus colegas. Por que então o descomissionamento? Porque era um funcionário com postura crítica e cobrava o registro das recomendações passadas a ele pela gerência. Isso vai contra as normas da empresa? Vai contra as boas práticas profissionais? Esse tipo de postura de parte de setores do banco expõe a própria empresa aos riscos de ações judiciais e ao pagamento de indenizações. Quem arcará com o prejuízo?

Descomissionamento

Na segunda-feira (21), o Sindicato de Brasília recebeu mais uma denúncia envolvendo uma bancária da Dirco. Outra funcionária foi descomissionada e, às 14h, recebeu um ‘ultimatum’ de que teria que achar outro lugar para trabalhar em até 24 horas. Acontece que a funcionária é delegada sindical eleita da dependência, portanto, inamovível por acordo assinado pela própria empresa com o Sindicato dos Bancários de Brasília. Ela também só teve avaliações positivas nos últimos ciclos. A funcionária possui mais de dez anos de cargo em comissão, tendo, portanto, o direito a pleitear na Justiça a incorporação da comissão no salário.

O Sindicato dos Bancários de Brasília, após denunciar o caso à Diretoria de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref), foi visitar a Dirco para ‘lembrar’ que o delegado sindical é inamovível e também indagá-los sobre o motivo do descomissionamento. Ao perceberem que rasgaram e pisaram em cima do acordo assinado pela empresa, os representantes da diretoria se fecharam em seu feudo, evitando uma conversa com o Sindicato. Somente afirmaram, no corredor, que iriam agora cumprir o acordo coletivo – depois de um contato telefônico com a Diref.

Por fim, e não menos preocupante, os dois funcionários descomissionados tinham ações de 7ª e 8ª horas e já estavam aposentados pelo INSS. Vale lembrar o caso da Riscos em que o BB foi condenado a pagar mais de R$ 300 mil de indenização por assédio moral, em virtude do descomissionamento de três colegas. Em 2008, no caso da Super, o BB foi condenado em milhares de reais por assédio moral em outro episódio de descomissionamento sem justificativa. Em outra ação, o BB foi condenado a pagar R$ 600 mil por assédio moral coletivo (ação 500/2008/7 vara TRT 10).

Quem vai pagar as próximas contas?

Fonte: Seeb Brasília

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