CN2016: Comando volta a reunir com Fenaban nessa terça (30), mas indica assembleias para rejeição de proposta

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A Fenaban apresentou uma proposta considerada insuficiente pelo Comando Nacional dos Bancários e Bancárias nessa segunda-feira 29, na terceira rodada de negociação da Campanha Nacional 2016. O Comando rejeitou a mesma e cobrou respostas para temas não abordados. A Fenaban se comprometeu a apresentar proposta completa nesta terça-feira (30), mas, segundo os banqueiros, “sem alterar o modelo de reajuste econômico apresentado”.

A proposta da Fenaban prevê perdas salariais, tendo em vista o índice de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação e creche. E não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.

Como se a proposta insuficiente não bastasse, a Fenaban ofereceu um abono de R$ 3.000,00. A proposta foi rejeitada pelo Comando Nacional, que orienta a realização de assembleias e decidir pela greve a partir de terça-feira, 6/9.

O Sindicato dos Bancários do Pará publicou na terça-feira (30), em seus canais de comunicação e em jornal local de grande circulação, o edital de convocação de assembleia geral extraordinária que será realizada na quinta-feira, 1º de setembro, com primeira chamada às 18h30, e segunda chamada às 19h, na sede da entidade sindical.

O Comando Nacional orienta que a proposta seja rejeitada. Caso a orientação seja aprovada, o Sindicato convocará assembleia organizativa de greve para a segunda-feira, 5 de setembro, para deliberar sobre a estratégia do primeiro dia de paralisação por tempo indeterminado.

Para o diretor do Sindicato e membro do Comando Nacional, Gilmar Santos, a proposta da Fenaban é semelhante a do ano passado, pois além de não garantir aumento real de salário, não contempla emprego, saúde, segurança, igualdade de oportunidades e todas as demais reivindicações da categoria.

“A proposta de reajuste é muito ruim e reduz salários. Além disso, a proposta de abono significa um retrocesso. Queremos ganho real nos salários, garantia de emprego e de direitos trabalhistas. um modelo consagrado há mais de doze anos de negociações. Portanto, será fundamental a unidade e mobilização da nossa categoria nas ruas para que tenhamos êxito nessa Campanha Nacional, pois só a luta nos garantirá vitórias”, afirma Gilmar Santos.

Os eixos centrais da campanha são: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade na Campanha Nacional, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.

O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros.

Proposta dos bancos

Reajuste de 6,5% (representa perda de 2,8% para os bancários em relação à inflação de 9,57%);

Abono de R$ 3.000,00 (parcela única, não incorporado aos salários);

Piso portaria após 90 dias – R$ 1.467,17;

Piso escritório após 90 dias – R$ 2.104,55;

Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.842,96 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa);

PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.153,21, limitado a R$ 11.550,90. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.411,97;

PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.306,41;

Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.291,92, limitado a R$ 6.930,54 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.153,21;

Auxílio-refeição – R$ 31,57;

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 523,48;

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 420,36;

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 359,61;

Vale-Cultura R$ 50 (mantido até 31/12/2016, quando expira o benefício);

Gratificação de compensador de cheques – R$ 163,35;

Requalificação profissional – R$ 1.437,43;

Auxílio-funeral – R$ 964,50;

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 143.825,29;

Ajuda deslocamento noturno – R$ 100,67.

Principais reivindicações dos bancários

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real;

PLR: 3 salários mais R$8.317,90;

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);

Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo);

Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês;

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês;

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários;

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

 

Fonte: Bancários PA, SindBancários e Contraf-CUT

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