Resposta do Sindicato a uma matéria e nota assinada pela oposição

0

A quem interessa o linchamento de uma bancária?

No dia 11 de julho, foi publicada uma matéria, em um portal local, sobre um processo de demissão patrocinado pelo Banco do Brasil (BB) contra a dirigente sindical Rosalina Amorim e, dias depois, foi publicada uma nota assinada pela “Oposição Bancária”, fazendo inferências a respeito da honestidade da dirigente e da atual gestão do Sindicato, tudo com base e fundadas, unicamente, nas palavras do empregador.

Sobre tais publicações, a entidade registra abaixo informações relevantes e providências em curso, a fim de responsabilizar os autores das afirmações infundadas e que visam meramente atingir objetivos eleitorais, através de ataques à honra e à imagem das pessoas que estão à frente das lutas da categoria, num jogo político que atende, exclusivamente, aos interesses patronais do Banco do Brasil.

Preliminarmente, a direção esclarece que realiza gestão séria dos recursos do Sindicato e que afirmações levianas e inverossímeis terão os danos morais e materiais causados cobrados judicialmente.

Sobre a matéria publicada em um portal local

É no mínimo estranho, para não dizer ilegal, que um processo tramitando em segredo de justiça tenha a peça inicial da ação patrocinada pelo BB divulgada a um jornalista, com intuito de trazer acusações ao conhecimento público, causando prejuízos à imagem da dirigente baseando-se em ação que ainda se encontra em trâmite, na qual realiza sua defesa.

Apenas as partes do processo, ou seja, autor e réu, bem como os advogados das partes habilitados nos autos, tinham acesso ao documento divulgado na íntegra na matéria. Ora, não sendo do interesse da acusada tal divulgação, resta o interesse patronal de dar curso à perseguição que vem patrocinando contra a mesma. A matéria, embora publique a nota que a dirigente enviou, com a afirmação de que está envidando todos os esforços a fim de provar que não incorreu em nenhuma ilegalidade, é baseada na versão do banco sobre os fatos, haja vista que a dirigente não pode vir a público tratar dos detalhes do processo, posto que o mesmo permanece em segredo de justiça.

Além disso, Rosalina afirma que sua movimentação financeira não possui origem ilícita e nem possui qualquer relação irregular com as finanças do Sindicato, o que demonstrará no curso do processo.

Sobre a nota da “Oposição Bancária”

Em anos de eleição da entidade sindical, os ataques começam a ser patrocinados pela oposição. Defendemos a liberdade de expressão e a opinião de qualquer cidadão, bem como o direito de todos os bancários e bancárias de emitirem seus posicionamentos sobre a atual gestão do Sindicato; o que recebemos com tranquilidade, pois a entidade defende a democracia como um valor.

O que não se pode admitir é que, por conta de interesses eleitorais, se façam afirmações sem fundamento na verdade e que atinjam a honra das pessoas que se dedicam diariamente a organizar a luta da categoria.

Tal nota afirma haver ilicitudes na atual gestão, sem, no entanto, apresentar qualquer prova. Pior, vibra com um processo de demissão de uma trabalhadora que se indispôs inúmeras vezes com o seu patrão, o Banco do Brasil, para defender situações individuais e coletivas dos bancários e bancárias do banco em questão, tendo encabeçado atos, manifestações, ações judiciais, das quais muitas vezes foi preposta do Sindicato e testemunha a favor de teses que garantiram vitórias importantes para milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

A direção do BB, hoje alinhada ao governo fascista e privatista de Bolsonaro, parece ter aliados entre as pessoas que se propõem a representar a categoria, pois batem palmas e reforçam o processo de perseguição política contra a dirigente sindical eleita. Prova inconteste disso é o fato de uma integrante da “Oposição Bancária”, Tânia Barbosa, ser testemunha arrolada pelo patrão.

Tânia, que era diretora jurídica do Sindicato, na época do início do processo, inclusive possuía obrigação estatutária de defender os bancários e bancárias, mas optou por se aliar à direção do banco.

Infelizmente, vivemos numa época em que as mentiras, desde que publicadas na internet e enviadas pelo WhatsApp, viram verdade: as famosas fake news. Uma época também em que acusar adversários políticos, sem provas e para atender interesses da elite do país, destruindo reputações, é encarado como um método válido: o lavajatismo parece ter tomado conta da “Oposição Bancária”, que abandonou princípios básicos para quem se diz defensor da categoria: se colocar do lado do trabalhador e trabalhadora para defender a presunção de inocência (pois ninguém é culpado até o trânsito em julgado de uma decisão judicial) e o devido processo legal, num caso de interesse do patrão.

Sindicato tem gestão eficiente, responsável e transparente de recursos

Quanto às suposições envolvendo a gestão de recursos da entidade, informa-se que as movimentações financeiras são acompanhadas pelo Conselho Fiscal e contam com parecer favorável em todos os anos.

As contas do Sindicato estão positivas e são processadas por escritório de contabilidade especializado. Além disso, a prestação de contas anual obteve nesta e em gestões anteriores a aprovação, pelos associados e associadas, em assembleia geral da categoria, conforme estatuto.

Cabe ressaltar que integrantes da oposição estiveram presentes em assembleias que avaliaram e aprovaram tais contas. Inclusive, dois integrantes da “Oposição Bancária” são diretores da atual gestão e não fizeram questionamentos quanto às prestações de contas sequer nas reuniões de diretoria da entidade, o que revela a natureza oportunista e eleitoreira da nota da oposição.

Registre-se também que, de acordo com a legislação tributária vigente, o livro razão é enviado anualmente à Receita Federal, permitindo a fiscalização nos registros da entidade.

O Sindicato tem realizado uma gestão eficiente, responsável e transparente dos recursos dos sindicalizados e sindicalizadas, atendendo a todas as exigências estatutárias e legais, tendo efetivado cortes de despesas desde 2018 e instituído reservas financeiras para fazer frente aos ataques dos governos neoliberais ao movimento sindical.

Em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras

O Sindicato também reafirma solidariedade à Rosalina pelos ataques sofridos e nossa defesa intransigente do direito à ampla defesa e à presunção de inocência, como princípios jurídicos basilares para quem está à frente de uma entidade sindical, que possui lado na relação capital x trabalho, o lado do trabalhador e da trabalhadora.

Quantas vezes nos deparamos com situações em que os bancos perseguiram e acusaram bancários e bancárias por erros cometidos sem dolo, por diferenças de caixa, por assaltos a banco, por entregarem dinheiro quando suas famílias foram sequestradas, quando foram vítimas de fraudes? Jamais teremos dúvida sobre qual lado estamos.

Jamais vamos endossar a demissão de alguém que ainda está exercendo sua defesa e não possui trânsito em julgado de decisão judicial. Jamais vamos aplaudir que uma pessoa que não apresenta evolução patrimonial incompatível com sua renda seja previamente julgada, para atender os interesses patronais e de setores que não querem disputar os rumos da categoria com propostas e atuação política, mas com linchamentos na internet e calúnias.

Em defesa dos valores inarredáveis para um movimento sindical autônomo dos patrões e classista, a entidade e as pessoas que a compõem tomarão as medidas judiciais cabíveis para reparar os danos causados, na certeza de que a verdade prevalecerá e que a categoria saberá enxergar que quem abriu mão da carreira dentro dos bancos, e se propôs a estar no Sindicato, não compactua com peleguismo sindical.

O momento pede união para enfrentar os banqueiros

Estamos enfrentando o governo Bolsonaro, que ataca os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras com diversas ações e medidas provisórias; em meio a uma pandemia, que trouxe a perda de entes queridos, em que Sindicato e categoria têm se desdobrado para mitigar riscos e garantir os salários intactos; vivenciando uma realidade totalmente nova; enquanto os banqueiros seguem com a pressão por metas abusivas, tudo em nome do lucro. Iniciamos nossa Campanha Nacional 2020 atravessando essa conjuntura incerta e adversa.

A campanha eleitoral das chapas inscritas para eleição do Sindicato terá seu momento correto e será definido pela Comissão Eleitoral. O momento pede que as diferenças fiquem de lado e que o foco seja a luta coletiva. Agora é hora de união para evitar retrocessos.

A unidade da categoria é uma exigência histórica. Dentre os quase 7500 bancários e bancárias, cerca de 9 mil trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro na base do Pará, temos pensamentos diferentes, mas esse é o período em que devemos nos unir e fortalecermo-nos coletivamente. A classe patronal não pode olhar pra categoria e enxergar divisão porque irá se utilizar disso.

Por isso, repudiamos a prática da calúnia, da injúria e da difamação como método de disputas políticas. A categoria não deseja comportamentos eleitoreiros, mas sim de atuação efetiva de quem está no Sindicato para obter melhores condições de vida e de trabalho e, é a isso que continuaremos a dedicar nossos esforços.

O Sindicato faz um chamado a toda a categoria para travarmos uma Campanha Nacional vitoriosa em meio a tantos desafios.

 

Sindicato dos Bancários do Pará

Comments are closed.