Dia Nacional de Luta: 159 anos e tudo que a gente quer é a Caixa 100% pública

0

A empregada doméstica Lucimeire Pereira era a primeira da fila, na agência da Caixa Senador Lemos, na capital paraense, na manhã desta terça-feira (14). Em poucas horas, dezenas de clientes e usuários se juntaram a Lucimeire na mesma fila. Uma rotina diária nas agências da Caixa pelo Pará afora, mas que hoje foi um pouco diferente. É que o local também foi escolhido pelo Sindicato no Dia Nacional de Luta em defesa da Caixa, no lugar de comemorações e festividades pelos 159 anos, no último domingo, do único banco 100% público do Brasil.

“Antes de ser bancária e dirigente sindical, já era cliente da Caixa, e por isso sei o quanto é cansativo ficar horas na fila esperando por atendimento. Depois de ser bancária e dirigente sindical, posso dizer que essa demora não é nossa culpa. Há uns 6 anos a Caixa não contrata, e durante esse período muitos colegas pediram demissão, e a demanda só aumentou. Somente no final do ano passado é que o banco contratou 2000 pessoas com deficiência por conta de uma ação na justiça, o que ainda é pouco para tanta pendência”, explica a vice-presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

A cliente da Caixa, que abriu essa matéria, chegou à agência pouco antes das 7h para dar entrada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O FGTS é um fundo criado pelo governo federal para formar uma reserva de dinheiro para o trabalhador e trabalhadora. Todas as contas de FGTS ficam na Caixa Econômica Federal exclusivamente. A soma de todas estas contas dá origem a uma única.

Assim, quando o governo fala da utilização de recursos do FGTS está se referindo a essa conta, que são utilizados na área de habitação popular saneamento básico e infraestrutura urbana, como a pavimentação de estradas. Mesmo assim o governo de Bolsonaro quer tirar o FGTS da Caixa e privatizar a gestão do fundo.

“Esse governo está acabando com o Brasil. A privatização vai prejudicar a população carente que é a que mais utiliza os serviços da Caixa”, lamenta Lucimeire.

“Tirar o FGTS da Caixa e privatizar a gestão do fundo impactam diretamente no sonho de muitas famílias brasileiras que usam o FGTS para o financiamento da casa própria, por esse motivo, defendemos a Caixa 100% pública, mas com condições de trabalho dignas e atendimento à população também”, complementa Tatiana Oliveira.

#ACAIXAÉTODASUA

A campanha nacional #aCaixaétodasua está se espalhando pelo país. Lançada pelo Comitê Nacional em Defesa da Caixa, a iniciativa tem por objetivo chamar a atenção de empregados do banco público e da população para os prejuízos que a venda de partes da empresa, como seguros, loterias e cartões, poderá trazer para a sociedade, além de alertar sobre as consequências da retirada do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) da Caixa.

É por meio dessas áreas estratégicas que o banco financia menores taxas para a compra da casa própria, a operação de toda a área social, como benefícios ao trabalhador, acesso a produtos e serviços por meio da bancarização, o Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), por exemplo. São essas áreas também que financiam o Minha Casa Minha Vida, o maior programa habitacional do Brasil, para a população de baixa renda. Desde 2009, foram mais de quatro milhões de unidades habitacionais, um investimento de R$ 105 bilhões, beneficiando 16 milhões de pessoas. Mais que reduzir o déficit habitacional, o programa ainda contribui para a geração de empregos, foram 1,2 milhões em 10 anos de programa.

A Caixa é o banco da cidadania, da distribuição de renda e da inclusão social. Por meio das mais de 3,3 mil agências, a Caixa faz o pagamento para 13,5 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Graças a essa capilaridade as famílias que vivem em municípios mais afastados têm como receber seu benefício todo mês.

 

Fonte: Bancários PA com Fenae

Comments are closed.