Afetados pelas condições climáticas produtos da cesta básica sobem em 10 capitais

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O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que em 10 das 17 capitais pesquisadas, entre agosto e setembro, houve aumento de preços dos produtos que compõem a cesta básica.

As maiores altas foram registradas em Porto Alegre (2,07%), Florianópolis (1,59%), Rio de Janeiro (1,56%), Vitória (1,56%) e Brasília (1,39%). Já as maiores baixas ocorreram em Belém (-2,58%), Fortaleza (-2,31%) e Aracaju (-1,98%).

A alta registrada foi puxada pelos preços do quilo do café. Segundo o Dieese, a ausência de umidade no ar, efeito do El Niño, e as queimadas pontuais tiveram impacto sobre o volume de grãos. O preço seguiu em alta no varejo.

Outro motivo da alta foi o preço óleo de soja no varejo que subiu em 16 capitais. A demanda firme pelo grão e pelo óleo e o excesso de calor, causado pela instabilidade climática, elevaram o valor do produto no varejo.

O preço do quilo da carne bovina de primeira subiu em 16 das 17 cidades onde o Dieese realiza a pesquisa. A escassez de bois no pasto, devido ao clima, e o consumo aquecido provocaram elevação do preço no varejo.

O valor do leite UHT aumentou em 13 capitais. A menor oferta no campo, devido ao clima adverso (chuvas excessivas no Sul, estiagem e queimadas em outras regiões), elevou o preço dos derivados.

Produtos que tiveram redução de preços

O quilo do tomate teve o valor reduzido em 13 cidades. O calor amadureceu o tomate mais cedo, elevando a oferta. O excesso do fruto reduziu os preços no varejo, mesmo com o aumento das exportações.

O preço médio do quilo do açúcar diminuiu em 12 das 17 capitais na comparação entre agosto e setembro. Apesar da ligeira melhora na demanda e da diminuição da oferta de cana, por causa do clima seco e das queimadas, os preços do açúcar seguiram em queda na maior parte das cidades pesquisadas.

O valor do quilo da batata diminuiu em nove das 10 capitais da região Centro-Sul. O calor excessivo elevou a oferta e reduziu o preço no varejo.

Valor do salário mínimo necessário

Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo (R$ 792,47), e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro de 2024, para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.657,55 ou 4,71 vezes o mínimo de R$ 1.412,00.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador com esse rendimento comprometeu, em setembro de 2024, 60,67% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em agosto, o percentual gasto foi de 60,21%. Já em setembro de 2023, o trabalhador comprometia 60,18% da renda líquida.

Leia a pesquisa completa aqui

 

Fonte: CUT Brasil

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