Alerta: Os efeitos da pandemia podem reduzir se cada um fizer a sua parte

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Sindicato dos Bancários do Pará está em campanha por lockdown sim, vacinação já e solidariedade sempre com quem mais precisa de ajuda nessa pandemia

Mais de um ano de pandemia, e pela segunda vez, a população de Belém e Região Metropolitana (RMB) – Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara e Benevides, enfrentam mais um lockdown desde as 21h desta segunda-feira, 15 de março. Em princípio, por 7 dias, apenas atividades consideradas essenciais poderão ser realizadas de forma presencial.

A medida serve para restringir a circulação do maior número de pessoas, logo o risco de contaminação pelo coronavírus, e assim evitar um colapso no sistema de saúde em todo o Estado, após a rede privada confirmar a falta de vagas em todas as suas unidades, segundo o governador do Pará, Helder Barbalho.

O anúncio foi transmitido pelas redes sociais, no último sábado (13), pelo governador junto aos prefeitos dos demais municípios da RMB. As demais regiões do Estado continuam com a bandeira na cor vermelha, o que significa alto risco de disseminação da Covid-19. No mês passado, Alenquer, Almeirim, Belterra, Curuá, Faro, Juruti, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Placas, Prainha, Santarém e Terra Santa, todos na região do Baixo Amazonas, ficaram mais de 15 dias em lockdown.

“O Sindicato dos Bancários do Pará defende a mudança de bandeiramento diante do aumento do número de casos e das altas taxas de ocupação dos leitos, clínicos e de UTI, na capital; mas acreditamos que os efeitos realmente esperados com essas medidas mais restritivas poderão não ser alcançados se cada um não fizer a sua parte. Como a categoria bancária presta um serviço essencial, há diversos setores, principalmente os de atendimento ao público, que não podem parar e nem fazer trabalho remoto. Por eles, em especial, reforçamos o pedido que se puder fique em casa, mas que se tiver que sair use máscara, álcool em gel e respeite o distanciamento social”, destaca a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

No último fim de semana, a taxa de ocupação dos leitos clínicos de Belém entrou em colapso e chegou a 110%; já para os leitos de terapia intensiva, a ocupação atingiu 94% da capacidade total. Segundo dados tabulados pelo pesquisador Wesley Cota, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Belém é a oitava capital do país com o maior número de mortes, 3.013, e a 13ª com maior número de pessoas contaminadas, 78.162 casos.

No Pará, a taxa de ocupação é de 65% para leitos clínicos e 83,6% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em todo o Estado, de acordo com a mesma pesquisa da UFV, até ontem (15), 385.536 pessoas testaram positivo para a covid-19 desde o início da pandemia, colocando o Pará na 10ª posição com maior número de casos em todo o país e o 1º de toda a Região Norte. O Pará já registrou 9.427 óbitos sendo o 11º estado com o maior número de mortes pela covid-19 no Brasil.

Bancos também devem fazer a sua parte

Desde o início da pandemia, o Sindicato junto ao Comando Nacional dos Bancários têm reivindicado que os atendimentos presenciais sejam realmente os essenciais e que possa ser feita uma triagem, com mais rigor, antes de começar o atendimento; sendo que a entrada nas unidades seja controlada para que não haja aglomeração.

Na semana passada, durante reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Comando também cobrou respostas de outras demandas:

Visitas externas – Sobre a denúncia da pressão para que os bancários façam visitas externas, a Fenaban garantiu que vai orientar a todos os bancos que as reuniões presenciais de gerentes sejam exclusivas de casos emergenciais. Os representantes dos trabalhadores voltaram a cobrar a suspensão total. Os representantes dos bancos ficaram de retornar.

Diminuição dos horários das agências – Os bancos disseram que irão reduzir o horário de atendimento: das 9h às 10h, atendimento exclusivo aos clientes do grupo de riscos, idosos e gestantes. Entre 10h e 15h, no máximo. Atendimento aos demais clientes. Essas limitações de horário não valem para a Caixa, que irá iniciar o pagamento da nova fase do auxílio emergencial.

Vacinação sim

“Com lockdown ou não, a categoria bancária nunca parou, uma vez que os serviços prestados à população são essenciais. Afinal o que seria da população, em busca dos auxílios concedidos pelo Governo Federal (auxílio emergencial), Estadual (Renda Pará) e Municipal (Bora Belém), se não fossem os bancários e bancárias para orientá-la e principalmente efetuar o pagamento, quando a grande maioria dos beneficiários sequer tinha um aparelho celular para baixar o aplicativo? Nossos colegas também arriscaram a própria vida, se expondo à contaminação no caminho para o trabalho, no local de trabalho e na volta pra casa, mas na hora da construção do Plano Nacional de Imunização, a categoria foi esquecida e segue trabalhando diariamente com ou sem lockdown”, afirma a vice-presidenta do Sindicato, Vera Paoloni.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) já solicitou ao Ministério da Saúde a inclusão da categoria bancária no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19. A Fenaban apoiou a iniciativa e se comprometeu a reforçar o pedido.

Segundo o Consórcio de Veículos de Imprensa, a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, o Pará continua sendo o último estado que menos vacinou em todo o país, apenas 2,97% da população recebeu a primeira dose e menos de 1% já está totalmente imunizada.

Solidariedade sempre

Apesar da retomada e anúncio de novos pagamentos de auxílios para minimizar os impactos socioeconômicos na vida de milhares de famílias paraenses, é de conhecimento de qualquer cidadão que nem sequer o salário mínimo é capaz de garantir o básico, todos os dias, na mesa daquelas que seguem, com pelo menos um membro da família, ainda trabalhando de carteira assinada sem redução de salário.

Em janeiro, a cesta básica comercializada em Belém subiu 1,28% e custou R$ 507,31, o que representa impacto de cerca de metade do novo salário mínimo de R$ 1.100, que entrou em vigor no início do ano. Em 2020, a alta foi de 22%, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pará).

Para garantir que pelo menos algumas famílias em situação de vulnerabilidade social não morram também de fome, o Sindicato começou, desde o final do ano passado, a levar comida para mesa daqueles que mais precisam e pretende continuar com as doações ao longo desse ano.

“Além de nós, enquanto entidade, muitos dirigentes também, por conta própria, estendem a mão pra quem precisa, e essa rede de solidariedade pode ser ainda maior se mais bancários e bancárias compartilharem aquilo que tem com quem corre atrás, todos os dias de conseguir dar à sua família ao menos uma refeição por dia”, defende a diretora do Sindicato em Marabá, Heidiany Moreno.

No último sábado (13), ela e outras mulheres de movimentos sociais distribuíram um sopão às mães solo na periferia da cidade. Até final do mês, o Sindicato vai doar 20 cestas básicas a duas entidades que atendem famílias em vulnerabilidade social.

No dia 8 de março, em Santarém, o Sindicato levou um pouco de afeto, amor e acolhimento, em forma de cestas básicas a mulheres, maioria mães solo, afetadas duramente pela crise sanitária, mas que há alguns anos encontraram no grupo de voluntariado “Amigos dos Anjos de Deus”, muito mais do que doações, reuniram forças para seguirem a luta pela sobrevivência dos filhos e filhas pacientes com câncer.

No final do ano passado, a entidade sindical também fez chegar 50 cestas básicas aos lares de famílias atendidas por 5 instituições que fazem esse tipo de doação Mãos que doam, Associação dos Filhos e Amigos da Cultura Afro-Brasileira, Ação com Desabrigados de Rua, Assentamento Abril Vermelho, Campanha Ajude a Ajudar do Slam Dandaras do Norte e Comunidade Vinho Novo.

Dirigentes sindicais entregam 10 cestas básica à representante da Associação dos Filhos e Amigos da Cultura Afro-Brasileira

 

Fonte: Bancários PA com G1 e Agência Pará

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