Assinado acordo de desligamentos no Banco da Amazônia

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Entidades aproveitaram presença do presidente do banco no ato de assinatura do acordo para tratar também sobre MP 1052, Plano de Saúde e PLR

O acordo para desligamentos no Banco da Amazônia previstos pela Circular GEPES Nº 2021/023 de 20/05/2021, por idade e por tempo de serviço, de acordo com a ‘reforma’ da previdência em vigor (Emenda Constitucional 103/2019), foi aprovado por unanimidade pela categoria do Pará em assembleia virtual realizada no mês passado e assinado na manhã desta quinta-feira (12), na matriz do banco, em Belém.

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Os bancários e bancárias foram representados pela presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira; pelo coordenador da Comissão de Empregados do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade e pelo secretário geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga. O Banco da Amazônia foi representado pelo seu presidente, Valdecir José de Souza Tose e pela gerente executiva, Bruna Paraense. O acordo assinado tem validade para o Sindicato dos Bancários de Pará, de Roraima e de Rondonópolis.

Na oportunidade, os dirigentes sindicais abordaram sobre as formulações do 13º Congresso Nacional dos Empregados do Banco da Amazônia, que deliberou sobre a necessidade de derrotar a Medida Provisória 1052 e defender a instituição e demais bancos regionais como bancos públicos necessários e estratégicos para o gerenciamento dos Fundos Constitucionais e para o desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e Centro Oeste brasileiro.

Outra questão abordada foi o Programa de Saúde, que é uma demanda muito importante para os empregados do Banco da Amazônia, tendo em vista que a atual política de reembolso dos bancários e bancárias com o custeio de seus planos tem trazido prejuízos para os trabalhadores, sendo que muitos deles estão atualmente sem plano de saúde, ou seja, totalmente desassistidos pelo banco na assistência à saúde, o que é ainda mais preocupante nesse período de pandemia.

O Banco da Amazônia informou que o seu balanço financeiro será publicado na próxima semana e que será efetuada a antecipação da PLR 2021, de forma linear.

“O acordo é resultado de um processo de negociação que iniciou em 19 de maio e, após 8 mesas de reuniões entre o Banco e o Sindicato, Contraf-CUT e Fetec-CUT/ CN, chegamos a essa proposta que teve 100% dos votos na assembleia virtual no mês passado. Buscamos minimizar os efeitos nefastos da Reforma da Previdência realizada por Bolsonaro, que foi mais um de seus ataques contra os direitos dos trabalhadores”, lembra a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

“Esse ato de assinatura foi importante não apenas pela assinatura desse acordo, que foi construído de forma democrática e com contribuições diretas de nossos colegas que são publico alvo dessa medida, mas também por termos dialogado diretamente com o presidente do Banco da Amazônia sobre pontos importantes e que estão na ordem do dia para os empregados, como a MP 1052, PLR e Plano de Saúde. Esperamos aprofundar as discussões nas mesas permanentes e colher resultados positivos para nossa categoria dentro do banco”, destaca o Coordenador da CEE/Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.

Efeitos do acordo assinado

Até o final do ano que vem, 117 bancários e bancárias do Banco da Amazônia serão desligados de forma compulsória. Sérgio Cardoso Borges, analista júnior, é um deles.

“Entrei no banco em 1973, foram 7 anos trabalhando no Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) como contratado pelo banco. O contrato terminou e entrei na Prodepa (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará), mais 5 anos. Até que em 1985 fiz o concurso. O banco não deixa de ser minha segunda casa pela qual sempre vesti a camisa e lutei”, lembra o bancário.

Sérgio Cardoso faz 70 anos em outubro e para quem ainda vai completar 70 anos ou os 180 meses de contribuição, o prazo de desligamento ficou de 1º de junho de 2022 até 31 de dezembro de 2022.

Quem já tem 70 anos ou mais e que possuam o mínimo de 180 meses de contribuição ao INSS o prazo para o desligamento é até o dia 31 de maior do ano que vem. Aqueles que já se aposentaram por tempo de serviço a partir de 14 de novembro de 2019, terá até 20 de maio de 2022 como prazo.

“A proposta foi boa, não deixa de ser uma ajuda que a gente não pode desprezar o que foi construído até se chegar nesse acordo. Vai que a gente rejeitasse e o banco resolvesse não dar nada como fez o Banco do Brasil”, comenta Sérgio Cardoso.

Despedida digna

“A maior parte da vida dos colegas que serão desligados foram no banco, alguns foi o primeiro emprego com carteira assinada, anos de dedicação, de aprendizado, de luta e que merecem uma despedida digna, com direitos garantidos e foi isso que buscamos construir a cada rodada de negociação em meio a uma pandemia. A aprovação da proposta por unanimidade demonstra que assinamos hoje um bom acordo”, afirma o coordenador da comissão de empregados do Banco da Amazônia, secretário geral do Sindicato e bancário do banco, Sérgio Trindade.

A Contraf-CUT também acompanhou a cerimônia. “Assim como a aprovação no concurso é um momento importante na vida de todo trabalhador, o encerramento de um ciclo também, e de alguma forma, merece reconhecimento e que seja em verbas salariais”, destaca o secretário geral da Confederação, Gustavo Tabatinga.

“Eu ainda não tenho planos concretos do que vou fazer depois que sair do banco, mas com certeza irei investir o que vou em receber em algo para aumentar a minha renda”, conta Sérgio Cardoso Borges.

 

Fonte: Bancários PA

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