Do Pará para SP: Sindicato apresenta, em reunião nacional, casos de assédio e demissões no Itaú

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As denúncias de demissões sem justa causa e assédios apresentadas ontem durante reunião entre o Sindicato e o gerente regional de negócios agência do Itaú, Ozeias Barroso, foram ratificadas hoje (12) em novo encontro, dessa vez virtual, com o setor nacional de Relações Sindicais do banco.

“O que nossos colegas estão passando aqui precisa chegar ao conhecimento da direção nacional da empresa, pois a maior parte das denúncias é contra a cobrança de metas abusivas que estariam vindo de gestores. Caso comprovadas, medidas cabíveis precisam ser tomadas, pois também há relatos de colegas adoecendo e alguns desses ainda sendo demitidos sem justa causa”, destaca o diretor do Sindicato e bancário do Itaú, Sandro Mattos.

A representante do banco, Adriana Miranda, negou que haja demissões desse tipo, e ressaltou que o Itaú é o único banco privado do país, a ter uma mesa específica para discutir a saúde do funcionalismo, e que o próximo encontro nacional, entre banco e entidades sindicais será no dia desse mês com a presença de um médico do trabalho do Itaú.

Sobre as metas, Adriana disse que elas são calculadas por dias úteis, e mudam pontualmente quando surge algum programa, como por exemplo o Desenrola Brasil, uma iniciativa do Governo Federal que visa ajudar a renegociação de dívidas da população.

Ainda de acordo com a representante do banco, as metas fazem parte de qualquer empresa e falar ‘que metas adoecem, talvez não seja a solução, há formas de cobrar. São 90.000 pessoas no Itaú no mundo todo, é impossível ter um controle de tudo’, afirma.

Eventualmente podem surgir desvios, segundo outro representantes do banco, Romualdo Garbos, mas o banco só consegue atuar efetivamente quando a conduta é devidamente identificada.

Nesse sentido, o Sindicato ficou de reunir mais provas e ouvir ainda o outro lado para depois formular um dossiê e apresentá-lo formalmente à instituição financeira.

“Esse diálogo com as entidades é super importante, pois é com a gente que os colegas se sentem mais seguros em denunciar, mesmo o banco tendo canais exclusivos para isso. Além do medo de denunciar, a bancária ou bancário adoecido tem receio de assumir a doença e mais ainda de que ela possa ter relação com as condições de trabalho e sofrer retaliação, quando no final, tudo está correlacionado. Quando a gente fala de um local onde há hierarquia, as pessoas acham que expor qualquer fraqueza, elas ficam ainda mais expostas. Esse conjunto de situações é importante que todos os bancos reflitam na forma como cobram metas e se relacionam com os trabalhadores e trabalhadoras sem adoecê-los. Hoje inclusive tivemos um Dia Nacional de Luta para denunciar a gestão abusiva dos bancos, no mês em que se reforça a importância de cuidarmos da saúde mental”, afirma a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

O Itaú também esteve representado por Gustavo Barbosa e Adriana Miranda.

 

Fonte: Bancários PA

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