Em Belém, Bradesco Augusto Montenegro para por 1h pela valorização e mais respeito aos funcionários

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A paralisação foi de 1h em BelémO Sindicato dos Bancários do Pará, Contraf-CUT e federações lançaram nesta terça-feira (7) uma nova campanha por valorização e mais respeito aos funcionários do Bradesco. Em Belém, o lançamento da campanha foi em forma de paralisação de 1h da Agência Augusto Montenegro.

“Esta agência é um exemplo de como um banco não deve ser para com seus funcionários e clientes. Falta segurança, taxas e tarifas elevadas, além do assédio moral pelo cumprimento de metas abusivas diariamente. Por isso, os bancários e bancárias adoecem, abrem mão da família e de projetos em prol do banco que não valoriza e nem os respeita”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Em suas campanhas publicitárias, o Bradesco apela a sentimentos de valorização do ser humano – o contrário do que o banco faz com seus funcionários. Fazendo alusão ao robô que o banco usa na propaganda, a campanha de valorização do funcionalismo explora essa contradição, com o slogan “Bancário não é lata. É gente como você, gente de verdade” (Clique aqui e veja).'Infelizmente é assim que os bancos nos veem, como máquina', afirma Heládia Carvalho

“Infelizmente é assim que os bancos nos veem, como máquinas, e por isso colocam nossa vida e a de nossos colegas em risco, principalmente o Bradesco, que desvia a função do bancário e da bancária e o coloca para fazer transportes de valores. Em março desse ano, a Polícia Federal fez um flagrante e apreendeu R$60.000,00. O banco não está preocupado com nossa segurança, com nossa saúde, com nossas condições de trabalho, com nada relacionado ao ser humano, pelo contrário, a única coisa que visa é o lucro a custa do trabalho da categoria”, destaca a diretora do Sindicato e funcionária do banco, Heládia Carvalho.

A mobilização de hoje também acontece em todo o país e foi definida no Encontro Nacional, realizado entre os dias 2 e 4 de abril, em Atibaia (SP), que também atualizou a pauta de reivindicações específicas a ser discutida de forma permanente com o banco.

Além da valorização, bancários querem mais segurançaA pauta tem como principais bandeiras a criação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), melhores condições de trabalho e preservação da saúde, parcelamento do adiantamento das férias e auxílio-educação para todos:

Por um Plano de Cargos, Carreiras e Salários

Reivindicação antiga, o PCCS é o conjunto de regras e normas que estabelece critérios claros, objetivos e transparentes de promoção, escalonamento e de responsabilidades dos bancários, de forma a garantir a igualdade de oportunidades para todos e a valorização profissional.

Hoje o banco privilegia os altos escalões com milionárias bonificações de resultados. E funcionários com o mesmo cargo e função ganham salários diferentes, há estagnação na carreira, vigora o apadrinhamento e o famoso QI (“quem indica”).

Essa ausência de transparência causa insatisfação no ambiente de trabalho e faz com que muitos talentos deixem a empresa por falta de perspectivas profissionais.

Saúde, condições de trabalho e reabilitação

A pressão por obtenção de metas cada vez maiores e abusivas leva ao assédio moral e aos crescentes casos de adoecimentos, tanto físicos quanto psíquicos, na categoria bancária. Queremos acabar com as metas abusivas e com o assédio moral e estabelecer relações de trabalho mais humanas.

Em relação à reabilitação profissional, o Bradesco discrimina os bancários que retornam da licença-médica, muitas vezes colocando em atividades totalmente alheias à sua função ou até mesmo em isolamento. Os bancários querem que o banco construa um programa próprio de reabilitação com base no que já existe na Convenção Coletiva, pondo fim a todas essas distorções.

Parcelamento o adiantamento das férias

Essa é uma cláusula nova que os bancários estão trazendo para a sua pauta de reivindicações. O que se quer é o parcelamento do adiantamento das férias em até 10 vezes mensais, de forma facultativa, sem acréscimo de juros ou encargos. Isso evitaria que os bancários recorressem a empréstimos para se recompor financeiramente quando retornam de férias.

A reivindicação pode ser perfeitamente atendida, pois os demais bancos, inclusive da rede privada, já concedem esse benefício aos seus trabalhadores.

Auxílio-educação

Entre os principais bancos que atuam no país, o Bradesco continua sendo o único sem nenhum incentivo educacional para o funcionalismo, apesar de exigir que os trabalhadores tenham cada vez mais qualificação.

É inconcebível um banco que apresenta lucro líquido de quase R$ 3 bilhões no primeiro trimestre do ano, com a maior rentabilidade dentre todos os bancos das Américas e da Europa segundo a consultoria Economática, não ter uma política de auxílio-educação.

O banco argumenta que já investe na qualificação por meio do Treinet. Mas ele é voltado somente aos interesses do banco e não supre a necessidade de uma formação de nível superior. Afinal, em sua propaganda o Bradesco usa muito a Fundação Bradesco para tentar demonstrar seu compromisso com a educação. Mas ele não faz esse investimento em seus próprios funcionários.

Fonte: Bancários PA com Contraf-CUT

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