Lucro do Bradesco no 1º trimestre sobe contido por provisões

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O Bradesco encerrou o primeiro trimestre com lucro ligeiramente maior que o registrado um ano antes e um pouco abaixo do esperado pelo mercado, contido por crescimento da inadimplência para o maior nível em quase dois anos.

O segundo maior banco privado do Brasil registrou lucro líquido de R$2,793 bilhões no primeiro trimestre, crescimento de 3,4% ante igual período de 2011. Sobre os três últimos meses do ano passado, houve crescimento de 2,5%.

Analistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters esperavam lucro líquido de primeiro trimestre de R$2,853 bilhões, em meio a um crescimento lento da economia no período e expectativa de aumento de despesas maiores com provisões pelo setor.

A expansão contida do lucro ocorreu em meio a um aumento anual de 20% na provisão do primeiro trimestre para dívidas de difícil recuperação, para R$20,12 bilhões, que veio num ritmo mais forte que a expansão de 14,6% na carteira de crédito.

Segundo balanço do banco, o aumento nas provisões ocorreu com um índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias de 4,1% no trimestre passado, maior patamar desde pelo menos os 4% de junho de 2010. Um ano antes o indicador foi de 3,6%, crescendo desde então.

O maior índice de inadimplência foi registrado na carteira de pessoa física, de 6,2%, que vem subindo desde o primeiro trimestre de 2011, enquanto a carteira de micro e pequenas e médias empresas registrou 4,2%, em expansão desde o quarto trimestre de 2010.

Os resultados foram divulgados pouco depois que o governo lançou uma ofensiva para reduzir o spread bancário, com Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal iniciando movimento de corte acentuado nos juros, seguido por iniciativas dos bancos privados este mês.

O balanço do Bradesco, o primeiro para o período entre os maiores bancos do país, pode reduzir expectativas de recuperação para as ações do setor, que acumulou desvalorização de cerca de 20% no ano passado.


Recuo de rentabilidade


O Bradesco teve índice de retorno sobre patrimônio líquido médio anualizado, indicador da rentabilidade de um banco, recuando de 24,2% no primeiro trimestre do ano passado para 21,4% nos três meses até março.

A carteira de crédito do banco fechou o trimestre passado em 350,83 bilhões de reais, impulsionada por incrementos de 17% nos empréstimos à pessoa jurídica e de 9,4% para pessoa física.

A instituição manteve no balanço expectativa de crescimento da carteira de 18% a 22% em 2012.
A margem financeira de crédito líquida, ou o quanto o banco consegue de lucro com empréstimos, caiu 9,2% sobre o quarto trimestre, para R$4,087 bilhões, na primeira queda trimestral em três anos. Na comparação com o primeiro trimestre de 2011 houve alta de 7%.

Enquanto isso, as receitas com prestação de serviço tiveram leve incremento de 0,8% sobre os três meses encerrados em dezembro e de 17% na comparação anual, para R$4,118 bilhões.
Despesas do banco com administração e pessoal recuaram 8% na comparação trimestral e cresceram 12,6% sobre o primeiro trimestre de 2011, para R$6,28 bilhões.
O Bradesco fechou o trimestre com ativos totais de R$789,55 bilhões, alta de 17% em 12 meses.

 

 

Fonte: Correio do Brasil

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