Nesta terça-feira (4), representantes das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo realizaram uma reunião para debater a realização de um plebiscito sobre a taxação dos super-ricos e a redução da jornada de trabalho para acabar com a escala 6×1. A proposta é que a consulta popular seja feita no mês de setembro deste ano.
“Diz respeito à qualidade de vida do trabalhador”, destaca Manuela Mirella, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), sobre a relevância dos temas.
Mirella destaca os danos da escala de trabalho 6×1 na rotina dos estudantes, já que cerca de 80% dos universitários se concentra na universidade privada. “E o perfil dessas universidades é de jovens, estudantes, trabalhadores. Então, é uma grande parcela dessa base que é refém da escala 6×1.”
A proposta de redução das jornadas de trabalho e fim da escala 6×1 é capitaneada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP) e partiu do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), iniciado pelo vereador eleito do Rio de Janeiro (RJ) Ricardo Azevedo.
“É necessário debater a isenção do povo trabalhador, das famílias que estão trabalhando e a taxação dos mais ricos, para que os bilionários que acumulam riqueza e terra nesse país paguem mais”, diz Rudi Rafale, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Atualmente, há 240 brasileiros bilionários, de acordo com lista da Forbes. Eles seriam os principais impactados pela taxação, cuja proposta permite ampliar os impostos sobre os bens dessa pequena parcela da população e direcionar os ganhos para ações de combate a pobreza.
“Do ponto de vista político e do ponto de vista tático, é bem verdade que o principal tema que está na agenda é a desoneração dos pobres, de você diminuir o imposto de renda. Isso dialoga muito com as classes trabalhadoras”, afirmou João Paulo Rodrigues, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
“É fundamental que a gente amplie essa discussão, aprofunde essa discussão junto ao povo para que a gente possa avançar nas nossas conquistas no Brasil”, afirma Simone Nascimento, do Movimento Negro Unificado (MNU).
Como próximas ações, as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo irão elaborar as questões a serem apresentadas no plebiscito e definir a data da realização da consulta popular. “É muito difícil deixar um debate desse para o ano que vem, porque o ano que vem, todos nós vamos só estar em eleições”, pontuou João Paulo.
Fonte: Brasil de Fato