“O papel dos bancos públicos: desafios, lutas e resistências”: Sindicato presente no X FOSPA

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“Quando eu preciso ir à Caixa Econômica eu tenho que acordar quatro horas, sair lá do meu interior quatro e meia, cinco horas pra ir pra Mocajuba e chegar cedo e de lá pegar a voadeira e ir pra Cametá onde tem agência da Caixa mais próxima da localidade que moro”, conta a pescadora, Michelly Silva, que é cliente da Caixa.

A Caixa Econômica em Cametá, no Baixo Tocantins, atende também a população de outros quatro municípios da região: Baião, Mocajuba, Oeiras do Pará e Limoeiro do Ajuru. Com a pandemia, o atendimento diário é de cerca de 1.000 pessoas e durante cerca de 4 meses precisou de reforço quando mais bancários e bancários foram enviados para a cidade, além de um caminhão para desafogar o atendimento na única agência.

“A pandemia reforçou a necessidade de cada brasileiro e brasileira defender os bancos públicos, pois foram eles; ou melhor nossos colegas bancários e bancárias, que todo esse tempo garantiram o pagamento dos auxílios emergenciais. Ação que nenhum banco privado se dispôs a fazer. São os bancos públicos também que chegam aos lugares mais longínquos, às vezes, onde nem internet de qualidade alcança; e a Caixa mais uma vez surge como por exemplo, com as agência-barco, uma aqui no Pará e outra no Amazonas”, destaca a presidenta do Sindicato que também é bancária da Caixa, Tatiana Oliveira.

“O papel dos bancos públicos: desafios, lutas e resistências” foi tema da palestra do Sindicato dos Bancários dentro da programação do X Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA), no último sábado (30), na Universidade Federal do Pará.

O FOSPA é um evento/processo de alcance global que surge no âmbito do Fórum Social Mundial, para lutar pela vida, a Amazônia e seus povos. É um espaço de articulação dos povos e movimentos sociais para a incidência e a resistência política e cultural frente ao modelo de desenvolvimento neoliberal, neocolonial, extrativista, discriminador, racista e patriarcal.

Além da palestra, o Sindicato participou do Grito da Amazônia e do lançamento da Marcha das Margaridas 2023, ambos na sexta-feira (29). A Marcha das Margaridas é uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta que integra a agenda permanente do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e de movimentos feministas e de mulheres.

Já o Grito da Amazônia é em defesa da floresta, dos povos indígenas e de todo o ecossistema. A Amazônia brasileira é hoje o cenário principal da ofensiva lançada pelas corporações e seus governos contra a natureza e os povos pan-amazônicos.

Artigo 192

“O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.” (Artigo 192 da Constituição Federal. Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003) (Vide Lei nº 8.392, de 1991)

Para a vice-presidenta do Sindicato, Vera Paoloni, a regulamentação do sistema financeiro é para ontem. “Onde está a responsabilidade dos bancos, que tanto lucram, com a geração de emprego, de renda, com atendimento de qualidade à população. Nós exigimos um regimento desse sistema de forma efetiva que contribua na prática para a redução da desigualdade socioeconômica no nosso país”, defende a dirigente sindical.

X Fórum Social Pan-Amazônico encerrou no último domingo (31) às margens do rio Guamá.

 

Fonte: Bancários PA com X FOSPA

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