Polícia Civil prende acusados de assaltos a bancos no interior do Pará

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A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (14), na zona rural de São Miguel do Guamá, nordeste paraense, seis pessoas acusadas de assaltos a bancos, que planejavam atacar uma agência bancária em São Domingos do Capim, na modalidade de roubo conhecida como “vapor” ou “novo cangaço”. Com elas, foram apreendidos oito armas de fogo, entre metralhadoras, fuzis, escopetas e pistolas, bananas de dinamite, coletes à prova de balas, munições e fardamentos militares. Um sétimo integrante do grupo reagiu a tiros no momento em que seria preso e acabou baleado, morrendo pouco depois.

Os presos e o material apreendido foram conduzidos para a sede da Delegacia Geral, em Belém. Segundo o delegado Evandro Araújo, da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), a operação policial que prendeu a quadrilha recebeu o nome de “Tacacá” em alusão ao apelido “Cuia”, de Lindoandro Visqueira Martins, foragido da Justiça dos Estados do Pará, São Paulo, Mato Grosso e Bahia, por envolvimento em assaltos a bancos.

“Cuia” fugiu do presídio federal em Catanduvas, no Paraná, no ano passado. O grupo era investigado desde dezembro. Eles são suspeitos de envolvimento em roubo a banco registrado em Pacajá; em furto com arrombamento a banco em Tucuruí, e na tentativa de explosão a banco em Santa Maria do Pará. Durante as investigações, os policiais levaram o nome de Maria Raimunda Silva Teixeira, de apelido “Tita”, esposa de “Cuia”. “Ele tem um sítio em São Miguel do Guamá, em que o grupo se reunia para planejar assaltos”, detalhou Evandro Araújo, ao salientar que a mulher já foi presa por tráfico de drogas e estava como foragida da Justiça paraense.

Ao todo, mais de 20 policiais civis participaram da operação, iniciada na madrugada de terça-feira. Os policiais se posicionaram às proximidades de um ramal, onde os bandidos guardavam os mantimentos que seriam usados para mantê-los no mato por cerca de cinco dias. Ali, explicou o delegado, as equipes ficaram em campana até por volta de 2 horas, quando dois integrantes do grupo saíram do mato e foram surpreendidos pelos policiais. Após a prisão da dupla, os policiais civis continuaram perto do ramal, por onde, segundo informações levantadas na investigação, “Cuia” sairia no início da manhã.

Emboscada – Por volta de 8 horas, os policiais avistaram dois carros saindo do ramal. Foi nesse momento que os veículos foram abordados e os condutores receberam ordem para parar, mas “Cuia”, que dirigia um dos veículos, não obedeceu e acelerou, colidindo com a traseira de uma das viaturas policiais descaracterizadas. Em seguida, o acusado sacou uma arma de fogo e passou a atirar em direção aos policiais civis, que revidaram e atingiram o assaltante. “Cuia” ainda chegou a ser socorrido e colocado em uma ambulância, mas morreu enquanto era atendido. Ele era piauiense, mas morava em Mato Grosso. Já esteve preso na cidade de Cuiabá e no Pará.

No sítio, foram apreendidas as seguintes armas: três escopetas calibre 12; um fuzil Mosquefal 7,63; um fuzil calibre ponto 30; uma metralhadora calibre ponto 45 e duas pistolas de calibres ponto 40 e ponto 380. Ainda em poder do grupo, foram apreendidos 42 explosivos, fardas militares semelhantes às das forças armadas, um colete à prova de balas, capuzes de segurança do tipo balaclava e estopim de detonação de explosivo.

Além de Maria Raimunda, foram presos Marcela Uchoa Campos Diniz, responsável em levar os alimentos e remédios para o grupo criminoso no sítio; Renato da Costa Muniz, que tem mandado de prisão e estava foragido; Marcos Mota da Silva, que já responde na Justiça por roubo; o maranhense Nailton Pereira de Oliveira, de apelido “Dente de Sabre”, que está envolvido em três ocorrências de roubos a banco na cidade de Baião no Pará, e Genivaldo de Jesus Teixeira, irmão de “Tita” e cunhado de “Cuia”.

Os presos foram encaminhados para a DRCO, para prestar depoimento, e depois transferidos ao sistema penitenciário. Eles vão responder pelos crimes de associação criminosa, posse e porte ilegal de armas de fogo de uso restrito e posse ilegal de explosivos. Maria Raimunda usava um documento de identidade falso e por isso vai responder também por uso de documento falso.

Segundo o delegado geral, Rilmar Firmino, somente neste ano 42 assaltantes de banco foram presos no Pará. A repressão às quadrilhas têm pronta resposta do Sistema Integrado de Segurança Pública do Pará, a exemplo do assalto a banco registrado em Trairão, na sexta-feira passada, quando em poucas horas um helicóptero do Grupamento Aéreo e policiais civis e militares do Comando de Operações Especiais (COE) e da DRCO de Belém já estavam na cidade.

Além disso, o delegado geral destacou a mobilização dos efetivos de policiais dos municípios vizinhos, que se empenham na busca aos assaltantes. “A mobilidade é um fator muito importante. Em menos de dois dias após o assalto, a gente conseguiu identificar todos os integrantes do grupo”, disse, ressaltando que todos os casos de assaltos a bancos registrados que a polícia não consegue evitar são desvendados. Segundo Rilmar Firmino, o Sistema de Segurança Pública mantém a operação “Reprerban” (Repressão e Prevenção de Roubos a Bancos), que tem ajudado a diminuir as ocorrências de roubos a bancos no Pará.

 

Fonte e fotos: Agência Pará

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