Rede Sindical do HSBC nas Américas cobra mais empregos e respeito

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Dirigentes sindicais de vários países da América Latina onde o HSBC está presente participaraam de 23 a 27 de julho da 8ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais (HSBC, Santander, Banco do Brasil, Itaú, BBVA e Scotiabank), em Montevidéu. O encontro promovido pela UNI Américas Finanças acontece uma vez por ano e objetiva unificar ações conjuntas no continente em defesa dos direitos dos trabalhadores.

“As empresas se globalizaram. Temos de reunir os dirigentes sindicais de todos os países para unificarmos a luta para ampliar as nossas conquistas, trabalhando juntos na construção de um Acordo Marco Global, debatendo problemas e questões locais e cobrando dos bancos soluções para os problemas existentes, para então avançarmos na relação capital e trabalho”, afirma Carlos Alberto Kanak, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e coordenador nacional da Comissão de Organização de Empregados (COE) do HSBC.

Na reunião, ficou visível a preocupação em relação ao emprego, já que o HSBC vendeu agências em nove países da América: no Chile para o Itaú; em Honduras, Guatemala, Panamá e Costa Rica para o grupo DaViviendas; e no Peru, Paraguai, Uruguai e Colômbia, para o grupo GNB.

Na Argentina, o HSBC conta com 135 agências e aproximadamente 4.500 funcionários e os bancários temem por seus empregos, visto que a prática de demissões tem sido a política do banco. A alta direção anunciou, inclusive, que já reduziu 27 mil postos de trabalho em todo mundo.

Não há investimentos nas pessoas. Na área de Tecnologia da Informação, por exemplo, o banco não desenvolve novas tecnologias e há suspeitas da pretensão em terceirizar serviços das áreas de comunicação, voz e dados. Os funcionários também denunciam extensão arbitrária da jornada de trabalho.

A situação no Paraguai também é preocupante. O banco já negociou a venda com o grupo colombiano GNB, que formou uma comissão para negociar com os funcionários. Os trabalhadores que estão perto da estabilidade (10 anos) temem por seus empregos, a carreira está estagnada, não há perspectivas de crescimento profissional.

No Uruguai, o banco está em transição para o GNB. Houve avanços na renovação do acordo coletivo de trabalho com validade até junho de 2013, mas os trabalhadores ainda desconhecem como será a política do grupo.

No Brasil, mais insatisfação – Por aqui, o banco conta com 867 agências e aproximadamente 23,5 mil funcionários. Num cenário de denúncias por envolvimento do banco em operações de lavagem de dinheiro e perseguição a trabalhadores, existe um quadro generalizado de insatisfação.

Faltam funcionários e há desvio de função nas agências. Áreas departamentais estão em estado de alerta em função da ameaça de terceirizações.

Com as recentes notícias de que o banco está provisionando valores para pagar as multas de processos na justiça, os bancários temem que o pagamento da remuneração variável seja rebaixado, o que já aconteceu quando houve uma crise na Argentina.

Mobilização – Por fim, a Rede Sindical do HSBC estabeleceu prioridades, como a realização de um Dia Internacional de Lutas, que exigirá da direção do HSBC respeito aos trabalhadores, às leis dos países onde atua, ao direito internacional e ao trabalho do bancário, reivindicando o fim das terceirizações.

A Rede Sindical do HSBC vai buscar solidariedade internacional, já que a situação dos trabalhadores indica um estado de alerta, com necessidade de mobilização de todos os sindicatos filiados à UNI.

Os dirigentes sindicais querem que a UNI Américas Finanças interceda junto à direção do banco para proteger os direitos e o emprego dos bancários, atuando fortemente nos países onde está havendo aquisição do HSBC por outros grupos.

Além de Kanak, participaram Miguel Pereira, Alan Patrício e Sérgio Siqueira, todos diretores da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Curitiba

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