Dois gerentes do Bradesco de Moju, nordeste paraense, foram demitidos dois meses depois de a agência, onde eles trabalhavam, ser assaltada. Um dos demitidos foi o que teve a casa invadida pelos criminosos e foi sequestrado até a agência e liberado depois de entregar todo o dinheiro do banco. Na época do crime, o Sindicato foi até o município orientar os bancários e bancárias sobre quais procedimentos deveriam tomar após o incidente.
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Uma das recomendações, sempre repetida pelo Sindicato, é a emissão da CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho), um direito do trabalhador, previsto em lei, regulamentado e fundamental para o recebimento de benefícios em caso de doenças e acidentes de trabalho, como assaltos.
É através da CAT que a empresa comunica ao INSS o incidente ou acidente de trabalho, e informa todos os dados que serão necessários para o atendimento previdenciário e trabalhista e a constituição de dados estatísticos e epidemiológicos.
As empresas que omitirem o documento, ou preencherem erroneamente seu formulário, devem ser denunciadas e podem ser multadas.
“Caso o banco não emita o documento, a gente orienta que o trabalhador, vítima direta ou indiretamente, procure o Sindicato para emissão do documento que garantirá o atendimento necessário caso o bancário sofra algum trauma ou transtorno após o assalto. Os sintomas às vezes demoram a aparecer”, destaca o diretor de saúde do Sindicato, Gilmar Santos, que na época do assalto em Moju foi até o município conversar com os bancários.
Apesar das orientações da entidade sindical, muitos bancários não pedem a emissão da CAT, como foi o caso dos dois gerentes do Bradesco.
“Infelizmente quando há assaltos a bancos, as empresas sempre culpam o bancário pelo crime e apesar da inocência do trabalhador, ele é demitido; e a CAT nessas horas é um dos principais instrumentos que temos para pedir, logo após a ocorrência, a estabilidade, de imediato, de no mínimo um ano, do bancário, e também a reintegração, em caso de demissão, junto à justiça”, afirma o diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco, Saulo Araújo.
Ação sindical – Mas independentemente de os bancários em questão não terem solicitado a emissão da CAT, o Sindicato dos Bancários do Pará irá ingressar com ação judicial contra o Bradesco para cobrar a reintegração dos trabalhadores.
Serviço – O setor de saúde do Sindicato, que faz emissão da CAT, funciona de segunda-feira a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 17h. O telefone para contato é o (91) 3344-7755.
Fonte: Bancários PA