Após explosão: Sindicato vai até Concórdia orientar bancários do Banpará

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O odor de fumaça, os escombros e estilhaços de vidro não condiziam com o restante da estrutura da agência do Banpará em Concórdia do Pará, que ficou em pé após ser explodida na madrugada de terça-feira (18).

A única agência na cidade, localizada no nordeste paraense, foi inaugurada em maio do ano passado, mas a mudança de endereço não deixou para trás a insegurança que fez várias vítimas em janeiro de 2016 quando bancários, clientes e usuários foram abordados por criminosos que chegaram atirando contra a agência, durante expediente bancário, na modalidade de assalto conhecida como vapor.

Os traumas devido ao estresse pós-traumático, de dois anos atrás, hoje começam a deixar falhas na cabeça de um dos bancários levado como refém na fuga dos criminosos. “Tomo remédio controlado para conseguir dormir. A queda do meu cabelo é conseqüência de tudo que passei depois daquele assalto; e agora de novo outro. Felizmente nós não estávamos aqui na hora”, conta o bancário que teve que deixar a família em outra cidade para que os filhos pudessem ter uma educação de qualidade. A saudade é acalmada duas vezes ao mês quando eles conseguem se encontrar.

Mas o vigilante que estava escalado para a madrugada de terça-feira, dessa vez não teve o mesmo livramento, e vivenciou tudo aquilo que o bancário passou em 2016: ser levado como refém e descartado em algum ponto da estrada. Mesmo sem ter ficado com marcas por fora do corpo, por dentro, o segurança está abalado e veio pra Belém em busca de atendimento psicológico.

O dia da ação criminosa coincidiu com a data de aniversário do gerente da unidade que apesar do presente de grego segue firme e disposto a encarar o novo desafio profissional que agora será um pouco mais árduo. Gerente recém chegado a Concórdia, devido a rodízio no banco.

Os relatos foram contados durante uma reunião, no final da manhã de ontem (19), no mesmo local onde tudo aconteceu. “O centro da agência não foi atingido e aproveitamos esse espaço para reunir com os colegas e orientarmos no que o banco deverá fazer com eles nos próximos dias enquanto a agência passa por perícia e provavelmente reforma”, diz a diretora do Sindicato e bancária do Banpará, Vera Paoloni que foi junto com a presidenta da Afbepa e também bancária do Banpará, Kátia Furtado.

Ao chegarem à unidade, elas foram recebidas por alguns bancários e bancárias que estavam lá aguardando uma orientação de como proceder, e que em poucos minutos saíram e voltaram com os demais colegas para ouvirem as dirigentes sindicais, atendendo ao pedido do Sindicato e Afbepa para que se fizesse uma reunião.

A diretora do Sindicato que faz parte do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), informou que irá pautar o encaminhamento a ser dado para os bancários e bancárias de Concórdia, da forma que eles preferirem em acordo com o banco. E por telefone, mesmo, acionou as áreas responsáveis de recursos humanos e os encaminhamentos adotados demonstram que houve diálogo com os colegas, os quais serão transferidos, a interesse do serviço, para vários municípios do Estado. Apenas dois colegas ficam em Concórdia para orientações, perícia. Os dois que estão de férias, no retorno serão consultados sobre possibilidade de transferência provisória, até que a agência seja reconstruída.

As diretoras das duas entidades sindicais também falaram sobre o pagamento das ações de 7ª e 8ª horas, a Campanha Nacional e o Acordo Coletivo de Trabalho do Banpará que ainda está pendente de assinatura, uma vez que a minuta de redação do acordo ainda não chegou ao Sindicato para a devida análise antes da assinatura.

“Apesar de não termos tido greve, as negociações foram difíceis, mas com muito diálogo conquistamos o melhor acordo de todos os bancos públicos e privados. Garantimos a ultratividade que é a manutenção das cláusulas assim que o acordo vencer daqui a dois anos, conquistamos um anuênio para todos os bancários e bancárias, somos os únicos que tiveram essa conquista para todos; além disso o anuênio é vinculado ao salário e portanto reflete no INSS e FGTS, e por fim, outro item que merece destaque é a incorporação de função, retirada da categoria com a reforma ‘trabalhista’, mas que conseguimos de volta através do acordo. É dessa forma, com muita luta, conversa e disposição que alcançamos nossos objetivos, e queremos estar sempre junto de nossos colegas e representá-los com dignidade, coragem e força ”, destaca a dirigente sindical.

Até agora, três suspeitos de cometerem o assalto foram presos.

 

 

Fonte: Bancários PA

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