Em Belém e Marabá, Sindicato conquista reintegração de duas bancárias do Bradesco

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Pelas leis trabalhistas nenhuma mulher grávida pode ser demitida a partir da data da concepção até cinco meses depois de parir, mas o Bradesco além de descumprir a CLT, ignora um acordo firmado com o Comando Nacional dos Bancários de que não iria demitir durante a pandemia.

Das pelo menos 30 demissões, nos últimos dois meses em todo o estado, de bancários e bancárias da instituição financeira, entre eles uma está grávida e em outubro foi demitida sem justa causa.

“A colega que trabalha aqui em Belém, com pouco mais de um ano de contrato, procurou o Sindicato em busca de orientação e tão logo emitimos um ofício à superintendência regional do Bradesco solicitando, de forma imediata e urgente, a reintegração dela no mesmo cargo e função que exercia, com o consequente restabelecimento de todos os direitos e benefícios. Depois de pouco mais de um mês da demissão, a bancária foi reintegrada”, explica a dirigente sindical e funcionária do banco, Eliana Lima.

Além do documento, a diretora Eliana, junto com os dirigentes sindicais, Heládia Carvalho e Saulo Araújo, ambos do Bradesco, também se reuniram com o setor administrativo do banco para conversarem sobre a ilegalidade da demissão.

“Foi uma surpresa e ao mesmo tempo muito preocupante. Pensei que precisaria passar por um longo trâmite para poder reaver o emprego, mas o Sindicato me ajudou ao disponibilizar uma advogada que enviou um ofício ao banco solicitando o meu retorno. Fiquei satisfeita com a volta, pois meu trabalho é o sustento da minha família”, reconhece a bancária que prefere não ser identificada.

Marabá

Em Marabá, o Sindicato também conquistou a reintegração de outra bancária do Bradesco, também demitida sem justa causa no mês passado.

A bancária, que também pediu para não ter o nome revelado, trabalhava em outro município no sudeste paraense e foi transferida para Marabá com a promessa de promoção. Morando longe da família, ela desenvolveu transtornos psicológicos, como ansiedade, e buscou tratamento com especialistas.

“Nós acompanhávamos o caso da colega e quando soubemos da demissão, depois de 15 anos como bancária, não fizemos a homologação do termo de rescisão do contrato de trabalho por todo o contexto que ela está passando e em meio a uma pandemia. Ingressamos direto com ação na justiça do trabalho pedindo a reintegração da bancária e felizmente a decisão foi favorável ao nosso pedido. Estimamos que ela fique bem e reforçamos que todo colega que for demitido que procure o Sindicato em busca de orientação”, explica a dirigente sindical na região, Heidiany Moreno.

Lucro x demissões

O Bradesco encerrou o 3º trimestre de 2020 com 95.934 empregados, redução de 3.338 postos de trabalho em doze meses. No período foram fechadas 772 agências.

Somente entre o final de março e de setembro, foram fechados 1.300 postos de trabalho e 605 agências, diante de um Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,657 bilhões nos primeiros nove meses de 2020, queda de 34,2%, em relação ao mesmo período de 2019, e crescimento de 29,9% em comparação ao 2º trimestre deste ano.

#QueVergonhaBradesco

Na mesma semana das reintegrações, a hashtag #QueVergonhaBradesco voltou a ocupar as redes sociais em todo o Brasil. Na semana passada, o Sindicato participou do Dia Nacional de Luta com atos em Belém, Santarém e Marabá.

 

Fonte: Bancários PA com Contraf-CUT

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