Esquenta contra a reestruturação na Caixa foi no Edifício Sede em Belém

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Maysa Santos (esq.) e Ilza Sousa (dir.)

Caixa, substantivo feminino, assim como Ilza Sousa e Maysa Santos. As três têm muito mais que o nome em comum. Ilza e Maysa são ambulantes, o carrinho de lanches é da Maysa que divide o local de trabalho com a Ilza. O endereço é a fachada da agência da Caixa em São Brás, em Belém.

Há 4 anos, sem emprego de carteira assinada, elas escolheram o local, bastante movimentado, para trabalhar. Parte dos clientes e usuários da Caixa é clientela delas também.

“A Caixa tem um papel social e econômico na vida de milhares de brasileiros e brasileiras, direta e indiretamente, sejam bancários, clientes, usuários e trabalhadores informais. Tirar esse papel do banco é impactar na vida de todos e todas. Um dos mais recentes e nefastos ataques desse governo contra a Caixa e seu funcionalismo é a reestruturação, que mexe com a vida de muita gente e não tem justificativa, pois o banco tem sido muito lucrativo com a atual estrutura”, afirma a vice-presidenta e bancária da Caixa, Tatiana Oliveira.

No final do mês passado, a direção do banco anunciou uma nova reestruturação na rede, com a justificativa de “alinhamento da Matriz com a Rede” e “garantia do padrão na execução das diretrizes corporativas”. Pela proposta, haverá redução na quantidade das atuais superintendências regionais e a criação de outras instâncias de decisão no banco, como as superintendências executivas na rede.

Hoje (5) foi dia do Esquenta para a data de 13 de fevereiro, quando ocorrerá um Dia Nacional de Luta contra a Reestruturação. Na capital paraense, dirigentes do Sindicato, Contraf-CUT e Apcef-PA realizaram o movimento em frente a agência São Brás.

Impactos

De acordo com a instituição, a reestruturação reduzirá o número de Superintendências (Sure) de oito para seis (as Sure passarão a se chamar Superintendências Nacionais de Varejo – SUV). As superintendências regionais também serão reduzidas das atuais 84 para 54.

O resultado da reestruturação – que já vem sendo implantada desde 2016 – é uma incógnita provocada pela falta de debate com os trabalhadores e trabalhadoras, sem qualquer diálogo com as entidades representativas.

“Além do desrespeito, o silêncio por parte da direção do banco é motivo de insegurança entre os colegas das áreas afetadas. Desde 2016, quando a reestruturação começou, já teve descomissionamento de centenas de empregados e empregadas”, lembra a diretora do Sindicato e também da Contraf-CUT, Rosalina Amorim.

Do ponto de vista do dia a dia de trabalho há ainda mais controvérsias, pois a maioria dos que perderem função terá que se submeter ao PSI (Processo Seletivo Interno), desconsiderando-se que já passaram por seleção e têm experiência na atividade desempenhada. Não há garantia de realocação instantânea.

Outra preocupação das entidades representativas dos empregados é que a reestruturação sinaliza para uma clara mudança no perfil do banco com foco nos negócios. “As mudanças prometiam o fortalecimento da Caixa frente à concorrência, mas o que se viu foi exatamente o contrário: o banco público perdeu mercado para os bancos privados. Aliado a isso, o lucro da Caixa tem dependido cada vez menos das operações bancárias, como oferta de crédito, e mais da venda de ativos e de operações de tesouraria, como venda de títulos (ITVM), e comercialização de ações (Petrobras), ou com a imposição de um teto de gastos para o Saúde Caixa”, destaca o presidente da Apcef-PA, Alberto Henrique Araújo.

 

Fonte: Bancários PA com Fenae

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