Inspeção averigua condições de trabalho na Agência Barco da Caixa no Pará

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Durante dois dias, terça e quinta-feira da semana passada, um engenheiro de segurança e representantes da Gerência Geral da Agência Barco da Caixa Econômica Federal, acompanhados de dirigentes do Sindicato dos Bancários do Pará, realizaram visita à Agência Barco Ilha do Marajó. A inspeção teve por objetivo averiguar as condições de trabalho na unidade. Os empregados se queixam de problemas relacionados à segurança, pessoal e estrutura física, como o ruído produzido pelo motor da embarcação. Um relatório com a situação encontrada no local será elaborado pela área de gestão de pessoas (Gipes) e o resultado informado às entidades sindicais.

As dificuldades nessa agência-barco vêm sendo denunciadas pelo Sindicato desde o início deste ano. Em fevereiro, foi encaminhado ofício à Superintendência da Caixa no Pará solicitando providências. O assunto também foi pautado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) na mesa de negociação permanente com a empresa, realizada em 26 de maio. A representação dos trabalhadores solicitou ao banco que fosse realizada nova visita, mas dessa vez com os representantes da instituição e das entidades sindicais.

Na quinta-feira (9), os técnicos da Caixa realizaram análise do nível de ruído, com o barco em movimento, para verificar se ele compromete a saúde dos trabalhadores. Os representantes dos trabalhadores também contestam o fato de que as viagens continuam sendo realizadas durante a noite, contrariando o normativo da empresa, MN RH 164, item 3.4.4, que determina que as viagens sejam realizadas sempre durante o dia.

“Ou a Caixa cumpre o que instituiu ou, no mínimo, deve alterar o respectivo normativo, pois da forma como está, em caso de ocorrência de sinistro durante as viagens noturnas, os empregados ainda correm o risco de serem responsabilizados pela própria empresa, por estarem descumprindo a norma”, denuncia o diretor de Bancos Federais do Sindicato dos Bancários do Pará e empregado da Caixa, Heider Costa.

As entidades representativas dos trabalhadores também reivindicam o pagamento de diária maior aos bancários da agência-barco, que hoje recebem R$ 55,00 por dia embarcado. “Embora o trabalho seja formalmente desenvolvido dentro do ponto, nada mais justo que recebam um valor maior em reconhecimento à dedicação, risco e entrega desses empregados que abrem mão da família, de estudos e até de encarreiramento profissional, pois ficam até 15 dias embarcados ininterruptamente no maior ciclo de trabalho”, avalia a diretora do mesmo Sindicato e também empregada da Caixa, Tatiana Oliveira.

Outra preocupação é com a segurança dos empregados embarcados, que não tiveram nenhum treinamento específico para procedimentos de prevenção, estratégias de fuga, meios alternativos de comunicação e deslocamento no mar em casos de sinistro na Agência Barco.

Logo após a inauguração da unidade, o Sindicato recebeu denúncias sobre a alimentação servida aos empregados. Durante 15 dias, a única proteína consumida foi a carne de frango, mas, após pedido da entidade junto à direção da Caixa, o cardápio tem sido balanceado e variado; porém ainda não é elaborado por um nutricionista, conforme previsto na norma da empresa. A Agência Barco Ilha do Marajó funciona há cerca de um ano e meio.

“Vamos aguardar a divulgação do relatório feito pelos técnicos da Caixa e cobrar das áreas envolvidas medidas para melhorar as condições de trabalho naquela unidade”, destaca a coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Matheus, que também é diretora de Administração e Finanças da Fenae.

Leia também: Sindicato visita Agência Barco da Caixa para verificar condições de trabalho

 

Fonte: Fenae Net com Bancários PA

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