Sindicato presente na abertura da assembleia da Fetec-CUT/CN

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Debates traçam uma conjuntura sombria para os trabalhadores, que só será superada pela organização e mobilização.

Começou nesta quinta-feira 5, em Cuiabá, a Assembleia Geral Ordinária anual da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), com a análise de conjuntura proferida por Carlos Abicalil, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), do Sintep/MT e ex-deputado federal pelo Mato Grosso.

“Enfrentamos uma tempestade de ataques, onde os bancários, por exemplo, enquanto ainda lutavam contra a reforma trabalhista já enfrentam agora a MP 905. O governo Bolsonaro e seus seguidores fazem esses ataques com os milhões de mensagens em redes sociais diariamente visando destruir as instituições, as políticas públicas e a democracia”, disse Abicalil em sua apresentação.

Ou seja, tudo que foi conquistado pelos trabalhadores e pela sociedade brasileira em décadas de luta e que estão assegurados na Constituição de 1988: os fundamentos da soberania, da cidadania, da dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e o pluralismo político, visando construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradica a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

“Enfrentamos a criação de uma distorção da realidade, que está ganhando adeptos, até a tese de se a terra é redonda ou plana, que já havia sido superada antes da vinda das caravelas. Há uma estratégia clara de destruição das instituições, das públicas e da democracia, de criminalização da política e dos movimentos sociais”, acrescentou o ex-parlamentar e ex-presidente da CNTE.

“Vem aí a terceira geração de reforma trabalhista desde o golpe. Nem acabou a reforma da Previdência e já anunciam a isenção da contribuição dos empresários, com taxação dos desempregados.

Abicalil concluiu a análise citando o poema de Pedro Tierra, Metal e Sonho, onde afirma que “nós somos a tempestade” capaz de enfrentar esses ataques e superar essa realidade. Nós, no caso, são os sindicatos, a organização dos trabalhadores e os movimentos sociais.

Abertura reúne todos os sindicatos da Federação

Antes da análise de conjuntura, a mesa de abertura da Assembleia juntou representantes de todos os sindicatos filiados à Fetec-CUT/CN.

Gilmar dos Santos, presidente do Sindicato do Pará: “Os companheiros já resumiram bem os desafios que temos. Mas o maior desafio é convencer a classe trabalhadora a reagir a essa quantidade de ataques desde o golpe de 2016, culminando com a MP 905. Sozinhos seremos derrotados. Temos que ir à sociedade e explicar os mais de cem pontos dessa MP que nos atacam, a nossos filhos e as gerações futuras. Esse é o debate que temos que fazer, pra convencer a sociedade. Portanto, a mesa da Fenaban é apenas um campo de batalha. O principal campo de batalha está na rua e pressionarmos o Congresso a rejeitar a MP 905. Precisamos pressionar partidos de esquerda e centrais sindicais a irmos pra luta. Só com uma greve geral vamos barrar esses ataques”.

O presidente da Federação, Cleiton dos Santos, abriu o encontro afirmando que, “pra nós, é uma alegria termos a oportunidade de discutirmos os assuntos graves que estão acontecendo no país contra a categoria bancária e a classe trabalhadora. Espero que daqui possamos tirar ações para combater esses ataques. é importante ter a consciência da gravidade da conjuntura, mas com unidade e mobilização vamos vencer mais essa batalha contra esse governo fascista e entreguista”.

Kleytton Moraes, presidente do Sindicato de Brasília, disse: “É uma satisfação estar reunido com gente comprometida com a luta dos bancários e dos trabalhadores. Precisamos juntar energia para garantir vitória para a sociedade brasileira. Os desafios são extremamente complexos, mas a sinalização que vem dos brasileiros e brasileiras é um bom sinalizador para um futuro positivo para a América Latina. Esse encontro tem um grande desafio, a começar pela ameaça aos indígenas na região Centro-Norte, a combater todos os ataques de barbárie que sofremos nesse governo. E vamos à luta porque a vitória é certa”.

José Pacheco, do Sintraf-Ride, contou as dificuldades de construção do Sindicato que reúne bancários de 12 municípios do entorno de Brasília: “Estamos resistindo bravamente para construir essa organização e defender os bancários”, afirmou.

Samuel Bastos Macedo, presidente do Sindicato do Amapá: “Estamos num período bastante turbulento, que vai exigir muito de nós, muita luta, muita garra e, acima de tudo, muita unidade. Tem aqueles que lutam e os que não. Tem aqueles que ganham e os que perdem. Mas quem não luta sempre perde. Então, vamos pra frente, em busca da unidade”.

Carlos Longo, do Sindicato de Dourados: “Saúdo os companheiros de Brasília, pelos 59 anos do Sindicato, que tanto nos dá exemplo. A luta de vencedores e perdedores, só perde quem não luta. A nossa Federação é uma federação de vencedores. Nossa campanha já começou, antecipada. A Fenaban já mostrou a que veio, se aliando ao governo, com as cartas, com a faca e com o queijo. E nós, como federação de luta, sabemos a receita, que é a rua. Que saiamos daqui unidos e fortalecidos para a luta, que não é fácil”.

José Pinheiro, presidente Sindicato de Rondônia: “Espero que seja assembleia com bom debate, com unidade e todo mundo lutando contra esse governo fascista que está tirando direitos dos trabalhadores. Precisamos mobilizar a categoria, organizar a base e mostrar a realidade que estamos enfrentando, para resistir, manter o que conquistamos e depois avançar.

Neide Rodrigues, presidenta do Sindicato de Campo Grande: “Pra nós o desafio começa como fazemos a luta, convencendo os bancários de que é momento  extremamente difícil, o que requer união e luta. Não temos medo dos desafios e tenho certeza que vamos vencer os imensos desafios do momento, em que os banqueiros estão empoderados e querendo nos retirar direitos. Esses dois dias que ficaremos aqui serão iportantes para nortear nossa luta.

Leonice Pereira de Souza, diretora do Sindicato de Mato Grosso: “Em nome do Sindicato anfitrião, queremos desejar uma boa assembleia e que consigamos manter a unidade e o espírito de luta para defender nossos direitos ameaçados”.

Élter, do Sindicato do Acre: “A CLT conseguiu unir a nossa categoria. É momento de esquecermos qualquer diferença que tenhamos nos nossos sindicatos, porque o momento é crítico e precisa de união. Esperamos que saiam resoluções daqui pra levarmos pras nossas bases e nos fortalecer na luta em defesa dos nossos direitos”.

Glayson da Silva Matos, do Sindicato de Roraima: “Satisfação grande estar aqui com tanta gente experiente e de luta. Estamos vivendo momento muito díficíl, que nunca imaginei que poderíamos chegar. Quero denunciar o massacre que houve em Paraisópolis, em São Paulo, que é a cara desse governo. Seja com truculência policial ou com medidas neoliberais na economia. Espero que saiamos daqui bastante renovados com ações para nos defender e combater esses ataques”.

Luiz Carlos Moraes Delegado Caio, do Sindicato de Rondonópolis: “Nosso foco não pode ser apenas a Fenaban, temos que mobilizar pra impedir a aprovação da MP 905.Espero que saiamos daqui com essa sinalização.

Sebastião Soares, do Sindicato de Barra do Garças: “Os ataques do governo mexeram nas nossas estruturas sindicais, os ataques estão acontecendo muito rápido. E precisamos de unidade para enfrentar as ameaças e defender nossos direitos”.

Fonte:  FETEC-CUT

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