Não às demissões no Itaú durante e nem após a pandemia

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Entidade denuncia total desrespeito dos bancos ao acordo firmado em mesa de negociações com o movimento sindical bancário

Durante a Campanha Nacional 2020, o Comando Nacional dos Bancários e Bancárias conquistou em mesa de negociação com a Federação Nacional dos Bancos – Fenaban o compromisso, de todos os bancos, de não demitir ninguém enquanto durar a pandemia do novo coronavírus. Porém, esse acordo vem sendo totalmente desrespeitado pelas instituições financeiras, principalmente os bancos privados.

Na agência Nazaré do banco Itaú, em Belém, um bancário com 30 anos de carreira foi demitido recentemente sem justa causa, o que desestabilizou seu planejamento de aposentadoria e trouxe diversas incertezas no contexto atual de crise sanitária. Por esse motivo, o Sindicato foi até o local realizar um ato público em repúdio às demissões no Itaú e em todos os bancos.

“O que os bancos estão fazendo é desumano. Demitir bancários e bancários em meio a essa crise sanitária e econômica que estamos vivendo e sem justa causa é inadmissível e não vamos nos calar diante dessa situação. Até uma grávida teria sido demitida no Bradesco. Vamos lutar e resistir em defesa dos direitos da categoria. A vida está acima do lucro dos bancos”, afirma a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.

Nesse período de pandemia ocorreram 2.600 demissões na categoria bancária. Os três maiores bancos privados, Itaú, Bradesco e Santander, demitiram 2.130 funcionários. Ao contrário de outros setores da economia, esses mesmos bancos tiveram, no primeiro semestre de 2020, lucro de R$ 21,7 bilhões, mas, mesmo assim, recorreu às demissões para aumentar ainda mais suas rentabilidades.

“Somente os bancos alcançaram essa margem de lucro no Brasil durante a pandemia. Nenhum outro setor da economia tem tido esse lucro que os bancos têm. E mesmo lucrando, os bancos não respeitam seus clientes, usuários e a nossa categoria com as demissões durante a pandemia. Essa postura é inadmissível e o nosso Sindicato, junto com a Contraf-CUT e a Fetec-CUT Centro Norte, vai lutar em defesa do emprego e dos direitos dos bancários e bancárias”, destaca o diretor de banco privados do Sindicato e funcionário do Itaú, Sandro Mattos.

O Brasil chegou, na última semana de setembro, a 14,013 milhões de desempregados, de acordo com o acompanhamento semanal, pela Pnad Covid19, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado na sexta-feira (16). No início da pandemia, na primeira semana de maio, esse número era de 9,817 milhões. Em setembro, a taxa média de desemprego saltou praticamente quatro pontos percentuais, de 10,5% para 14,4%.

“Nosso ato de hoje foi para denunciar à sociedade a atitude absurda dos bancos de demitir na pandemia para ampliar seus lucros. Vamos seguir na luta para barrar as demissões que vêm ocorrendo no Itaú, Santander, Bradesco e demais bancos. Mas caso os bancos não recuem, deveremos intensificar nossas ações em defesa da categoria bancária e da sociedade em geral”, ressalta o diretor da Fetec-CUT/CN e funcionário do Santander, Márcio Saldanha.

 

Fonte: Bancários PA

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