Desde o dia 27 de agosto, o Itaú estendeu o horário de atendimento em 450 agências do Brasil; em Belém a mudança começou a valer desde o dia 26 de novembro em 5 agências da capital. A medida vem prejudicando a vida de muitos bancários que estão com uma sobrecarga de trabalho ainda maior, tiveram que mudar de rotina abdicando os estudos e outros compromissos pessoais, além da insegurança e o medo de sair mais tarde do local de trabalho.
Em protesto, o Sindicato dos Bancários do Pará retardou a abertura da agência Nazaré em 1h no Dia Nacional de Luta, 5 de novembro. A agência é uma das cinco de Belém que teve o horário estendido e atualmente abre das 9h às 16h. Uma outra agência mais próxima, a Magalhães Barata, também foi afetada e funciona das 11h até às 19h. O Sindicato garantiu o fechamento da agência Magalhães Barata às 4 horas da tarde de hoje como parte da ação do Dia Nacional de Luta no Itaú.
“O banco simplesmente impôs essa mudança, não consultou as entidades sindicais e tão pouco a categoria. A ampliação do horário de atendimento feita pelo Itaú não está sendo acompanhada da contratação de mais bancários, ao contrário, o Itaú tem demitido mais e explorado mais seus funcionários e vende a falsa ilusão de que essa medida serve para atender melhor seus clientes, tudo isso visando a ampliação dos seus lucros. Não aceitamos esse desrespeito com a nossa categoria”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
Além dos horários de 9h às 16h e de 11h às 19h, outras agências do Itaú funcionam de 8h às 16h, 11h às 18h e 12h às 20h. O objetivo do Itaú é chegar a 1.500 agências com horários ampliados em todo o país, que segundo o banco, é para atender os clientes que desejam realizar operações de negócios. As outras 5h ou 6h são destinadas para atendimento ao público em geral, conforme determina o Banco Central.
“O Itaú apenas pensou em como aumentar sua lucratividade à custa da extrapolação da jornada de trabalho, pois não houve mais contratações e os bancários estão tendo que trabalhar no limite com medo de ser demitido e nem sequer ter a hora extra paga como é devido”, denuncia o diretor do Sindicato e funcionário do Itaú, Sandro Mattos.
Mais problemas e nenhuma solução – Além do horário de atendimento estendido, o Itaú vem demitindo e fazendo triagem de clientes para o acesso nas agências. “Na agência Nazaré por exemplo, o cliente ou usuário que pretende pagar sua conta de energia é barrado logo na entrada. Um aviso dá a opção para quem é correntista pagar nos caixas eletrônicos e para quem não é procurar casa lotérica ou correspondente bancário. Além disso, o cliente é proibido de usar o celular dentro da agência, devido a uma lei que sequer tem fiscalização, o vigilante que tem que se preocupar com isso, pois segundo a lei cabe a ele esse controle; mas informar ao cliente que o banco tem 120 dias para instalar os biombos segundo a lei estadual, isso o banco não faz”, lembra o diretor do Sindicato e funcionário do Itaú, Victor Hugo.
No primeiro trimestre de 2012, mais de 2.000 bancários foram desligados em todo o país. De abril do ano passado até agora já foram 13.595 demissões. Em contrapartida, o lucro líquido do Itaú de janeiro a setembro desse ano foi de R$10,102 bilhões. Se não fossem as altas e injustificáveis provisões para devedores duvidosos, o resultado seria ainda maior.
A Contraf-CUT encaminhou uma carta para a direção do Itaú durante as negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2012 propondo abrir uma discussão sobre emprego, após a Fenaban ter afirmado que o tema deveria ser debatido banco a banco. Porém, nenhuma resposta foi encaminhada até hoje pela empresa.
Fonte: Bancários PA, com Contraf-CUT