Justiça manda Bradesco e Santander reintegrar três bancários em Recife

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Carlos Eduardo é mais um bancário reintegrado neste mês de agosto por conta de doença ocupacional. Funcionário do Bradesco há quase 12 anos, ele foi demitido na noite do dia 30 de maio.

“Há mais de dois anos que sinto dores nos ombros e dormência nos braços. Como eu não tinha tempo para fazer exames nem ir ao médico, ia deixando pra lá”, conta o bancário.

Após a demissão, os exames constataram as lesões e ele entrou com ação, por meio de um advogado particular. A reintegração aconteceu no último dia 16 de agosto.

Este mesmo escritório é responsável por outras duas reintegrações, ambas de trabalhadores do Santander: uma em julho, outra em maio. Nos três casos, os bancários receberam toda a assistência do Sindicato, que não homologou a dispensa, emitiu a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), prestou orientações e acompanhou todo processo.

Santander

Isnar Gonçalves, reintegrado ao Santander em julho deste ano, tem 31 anos de banco. “Comecei com 18 anos, no antigo Bandepe. Foi meu primeiro emprego”, lembra o bancário. Seu histórico de doença ocupacional é antigo e já conhecido pelo banco.

Os sintomas se arrastam desde 2005, mas só em 2008, ele teve CAT emitida e precisou se afastar do trabalho. No ano passado, as dores o obrigaram a tirar mais uma licença. No entanto, tudo isso foi ignorado pelo Santander.

O banco fez pior. Chamou o bancário para uma avaliação que não chegou a existir. A reunião serviu apenas para que ele recebesse a carta de demissão. O bancário – que cumpria todas as metas, tinha ótima produtividade e avaliações de desempenho muito boas – quis saber o motivo da demissão. Os representantes do banco alegaram adequação da área e afirmaram que o salário dele era “alto demais”.

“Ou seja, o próprio Santander reconhece aquilo que a gente sempre denuncia: o abuso da rotatividade, com a demissão do pessoal mais antigo, com salários melhores, para contratação de gente nova, que ganhe menos”, afirma o secretário de Saúde do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Wellington Trindade.

Isnar entrou com ação de reintegração em março e a antecipação de tutela, em julho, garantiu o retorno. No entanto, o bancário continua de licença médica.

Também do Santander é João Mariano Pereira, demitido no final do ano passado. Em exame periódico do banco, a própria médica o havia encaminhado para especialistas. No entanto, dois dias depois, ele recebeu a carta de demissão.

Com oito anos de banco, há mais de dois ele já sentia dores nos membros superiores. “Tenho um filhinho de três anos em casa e não consigo mais carregá-lo no colo”, diz João Mariano. Reintegrado no dia 25 de maio, o bancário continua de licença médica.

 

Fonte: Contraf-CUT com Seec Pernambuco

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