Presidente da CUT visitará estados para defender a democracia e combater mordaça aos movimentos sociais

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Presidente da CUT visitará estados para defender a democracia e combater mordaça aos movimentos sociaisNa noite da quinta-feira (8), o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, reuniu-se com dirigentes sindicais em Porto Velho (RO) e afirmou que fará peregrinação pelos estados para enfrentar o que chama de tentativa de calar os movimentos sociais.

Segundo o dirigente, o objetivo é que as estaduais da CUT precisam estar fortalecidas para enfrentar os ataques de setores conservadores que atuam em duas frentes: o Poder Judiciário e a velha mídia.

“Apesar de ainda não termos uma democracia econômica, no campo da disputa de ideias podemos opinar. E somos tão fortes que criamos a CUT, o PT, elegemos um presidente operário e a primeira mulher para a presidência. A burguesia percebeu que perdeu a guerra nesse campo e agora quer levar o jogo para o “tapetão”, por meio da judicialização da política. Isso é um atentado à democracia e aos direitos do trabalhador”, disse.

Quem elege o juiz? – “O grande problema é o seguinte: alguém aqui já elegeu algum juiz, desembargador ou promotor? Estão sob controle da sociedade? Não. Então, estamos fora dessa disputa e essa é a grande jogada.”

Para ele, o Supremo Tribunal Federal tornou-se uma casa de julgamento político, papel que não deveria lhe caber, enquanto o Ministério Público (MP) passou a intervir diretamente nas funções dos sindicatos.

“Não adianta irmos para o enfrentamento ao patrão porque se o MP não concordar com a nossa luta, a entidade sindical terá que estabelecer um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). O Ministério Público não tem experiência e nem vivência no mundo do trabalho para interferir dessa forma”, criticou.

O problema, segundo o dirigente, passa ainda pela formação do Judiciário – “O governo Lula já iniciou algumas iniciativas de democratização da Academia, mas vai demorar para equilibrar as coisas. Quem se forma como desembargador, juiz ou procurador da Justiça ainda é o filho do rico, em universidades que têm, na maioria das vezes, uma visão conservadora e preconceituosa. Isso é um grave problema no Brasil.”

Ao tratar da velha mídia, Freitas salientou que não deseja ver nenhum veículo fechado, mas sim o mesmo espaço para que os movimentos sócias exponham o contraditório.

“Não existe liberdade de imprensa no Brasil, mas sim um grupo de seis famílias que manipulam e distorcem a informação. Porém, não queremos acabar com ninguém, apenas desejamos que as pessoas tenham acesso ao que pensamos no mesmo patamar, com o mesmo alcance. Aqui, o dono do rádio é também dono da TV, do jornal, da revista. Não propomos mordaça, como os empresários costumam defender, mas o direito à verdadeira liberdade de expressão.”

Ele acredita que os setores progressistas devam promover uma forte ação pública popular para que as conquistas da última década não sejam jogadas fora.

Ramos e expectativas – Dirigentes de entidades rondonienses e da Confederação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Madeira (Conticom), presente no Estado por conta da formalização do compromisso nacional da construção, também falaram sobre as expectativas para o próximo período.

O presidente da Conticom, Claudio Gomes, ressaltou que a implementação das comissões de negociação nas usinas de Jirau e Santo Antônio, foram o primeiro passo para os contratos nacionais que devem ser adotados por todos os ramos.

“Fazer campanhas salariais com acordos por ramos, ao invés de por Estado, é uma das nossas grandes bandeiras para organizar os trabalhadores e fortalecer os sindicatos

Presidente da CUT-RO, Itamar Ferreira iniciou sua intervenção destacando que o trabalho maior de aproximação aos sindicatos dos servidores públicos é uma das prioridades da Central local. E citou uma grande vitória recente, o retorno do Sindsaúde-RO para a base cutista.

A parceria com os trabalhadores rurais também é questão estratégica, afirmou o dirigente. Em especial, a liberdade do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vilhena e Chupinguaia, Udo Wahlbrink, preso há mais de oito meses.

“Esse companheiro foi preso sem nada que comprove a participação em um ato de recuperação de uma área reintegrada pela Justiça. Sua prisão foi um ataque aos movimentos sociais porque o Ministério Público acredita que ele representa uma ameaça à sociedade.”

CUT e Contag – Ainda em relação aos rurais, Vagner comentou que a CUT disputará a direção da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Contag), justamente com o nome de uma mulher rondoniense: Alessandra Lunas, atual vice-presidente da entidade.

“As políticas da Contag e da CUT se encontram e após eleger a primeira mulher trabalhadora neste país, queremos eleger a primeira mulher para presidência da Confederação dos Rurais”, comentou.

O vice-presidente da CUT-RO citou a importância da unificar as pautas do campo e cidade para avançar na luta.

Vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero), Altair Donizete, acredita que a CUT local exercer o papel de liderança na convocação às entidades sindicais.

“Acredito que falta convocar os sindicatos cutistas de Rondônia para a luta unificada. Esse dever ser um dos papéis da CUT-RO”, afirmou.

Por fim, Vagner Freitas citou que a interiorização da Central é prioridade absoluta para os próximos anos.

“Nosso planejamento inclui o fortalecimento de nossas raízes nos estados e os macrossetores, com quem já começamos a discutir para alinhar estratégias.”

Fonte: CUT


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